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o impacto das cotas nas

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210 • O impactO <strong>das</strong> cOtas <strong>nas</strong> universidades brasileiras (2004-2012)<br />

embora o Programa de Ações Afirmativas da UFSC tenha<br />

optado pelo termo “negro”, definindo-o em seu artigo 8º com<br />

base nos “fenótipos que os caracterizem na sociedade como<br />

pertencentes ao grupo racial negro”.<br />

Analisando o perfil dos classificados no vestibular da<br />

UFSC ao longo dos anos, observou-se, com a implementação<br />

do Programa de Ações Afirmativas no ano de 2008, mudança<br />

significativa, com o aumento de estudantes de cor/raça preta e<br />

parda (Figura 3). A média de estudantes classificados de cor/<br />

raça preta e parda antes <strong>das</strong> ações afirmativas (2004 a 2007) era<br />

de 1,0% e 7,5%, respectivamente. A partir de 2008, e <strong>das</strong> ações<br />

afirmativas, o percentual médio de pretos passou para 4,6% e<br />

entre os pardos cresceu para 8,8%. Observa-se que houve um<br />

aumento bem maior do percentual de pretos (3,6%) do que de<br />

pardos (1,3%) entre os estudantes selecionados no vestibular para<br />

cursos de graduação da UFSC.<br />

Para que se possa avaliar essa mudança de perfil racial, é<br />

preciso ter em mente que os percentuais de pretos e pardos em<br />

SC, segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2000, eram<br />

2,7% e 7,1%, respectivamente. Já em 2010, os percentuais desses<br />

grupos passaram a 2,9% e 12,3%. Além disso, cerca de 1/3 dos<br />

alunos da UFSC vem de outras unidades da federação, to<strong>das</strong> com<br />

percentuais de pretos e pardos em sua população maiores que os<br />

de Santa Catarina.<br />

Poder-se-ia crer que o aumento de ape<strong>nas</strong> 4,9 pontos<br />

percentuais no número de pretos+pardos entre os ingressantes<br />

da UFSC fosse algo pequeno. No entanto, levando em conta<br />

que a média de pretos+pardos de 2004 a 2007 era de 8,5%,<br />

observamos que 4,9/8,5 representa um aumento de 57,6%<br />

no percentual de ingressantes negros na UFSC. Devemos<br />

considerar também que, no Censo Demográfico de 2010, o<br />

percentual de pretos+pardos em Santa Catarina era de 15,2%.<br />

Sem as <strong>cotas</strong>, não chegaríamos tão perto desse percentual,<br />

como a seção de simulações deste capítulo deixará claro<br />

mais abaixo.

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