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Senegâmbia: O Desafío da História Regional - Casa das Áfricas

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2. ESCREVENDO HISTÓRIA NA ÁFRICA DEPOIS DA<br />

INDEPENDÊNCIA: O CASO DA ESCOLA DE DAKAR<br />

No momento em que Winsconsin com Jean Vansina e Philip Curtin,<br />

Birmingham ou a School of Oriental and African Studies com John<br />

Fage e Roland Olivier e Paris VII com Catherine Coquery, todos<br />

clamam a paterni<strong>da</strong>de dos estudos históricos africanos, pode ser<br />

presunção falar <strong>da</strong>s escolas de Iba<strong>da</strong>n, Das Es Salaam, Makerere<br />

ou Dakar como oferecendo formas alternativas de olhar e escrever<br />

a história africana.<br />

Essa referência automática a escolas fora <strong>da</strong> África – nos<br />

Estados Unidos, na Inglaterra e na França – nos leva direto, que<br />

pesar, à velha visão colonial <strong>da</strong>s próprias colônias como vazios<br />

intelectuais ou dependentes. Foi isso que mobilizou Mohamed Sahli<br />

a escrever seu manifesto, “Descolonizando <strong>História</strong>” em meados<br />

dos anos 1960, na esperança de introduzir uma nova forma de se<br />

olhar a história do Magreb. É claro, vários não-africanos têm tido<br />

um ativo papel no desenvolvimento dos estudos históricos africanos,<br />

e na ver<strong>da</strong>de na grande aventura de descolonização <strong>da</strong>s mentes e<br />

idéias recebi<strong>da</strong>s sobre a África, previamente vista como um<br />

continente sem história e sem civilizações. Porém persiste o fato<br />

de que muitos deles continuam a ignorar tanto os trabalhos de<br />

historiadores africanos e os profundos motivos que estão por trás<br />

<strong>da</strong>s batalhas diárias nas quais esses historiadores se envolvem em<br />

suas próprias socie<strong>da</strong>des. Essa é a razão pela qual nós precisamos<br />

recriar as trajetórias intelectuais deles a fim de obter uma idéia consistente<br />

de onde eles estão agora em relação ao seu próprio passado.<br />

Junto com Iba<strong>da</strong>n com Dike e Ajayi, Dar Es Salaam com<br />

Temu e Rodney, e Makerere com Ogot, a Escola de Dakar com<br />

Cheikh Anta Diop e Abdoulaye Ly tem tido um papel de liderança<br />

nesse gigantesco processo de descolonização <strong>da</strong> história <strong>da</strong> África<br />

e, além disso, reescrevê-la para que ela vá ao encontro <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong>s suas próprias socie<strong>da</strong>des. Preocupados essencialmente<br />

em escrever a história em to<strong>da</strong>s as suas formas, eles nem sempre<br />

têm refletido o suficiente sobre seu próprio itinerário intelectual,<br />

sobre as priori<strong>da</strong>des de pesquisa e ensino, e – acima de tudo –<br />

sobre as melhores formas de comunicação dos resultados de suas<br />

pesquisas. Escrever história está indissoluvelmente ligado à<br />

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