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Mrio-Zambujal-Cronica-Dos-Bons-Malandros - Agrupamento de ...

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“Então, bom, vocês querem uma coisa em gran<strong>de</strong>? Aguentam-se num<br />

assalto <strong>de</strong> categoria, <strong>de</strong>sses que <strong>de</strong>ixam o mundo espantado?”<br />

Mais espantado que os circunstantes não podia ficar o mundo. Menos<br />

Marlene e Flávio, esses já a par do plano louco,” coisa difícil, lá isso é verda<strong>de</strong>,<br />

mas que se <strong>de</strong>r certo...” Se <strong>de</strong>sse certo, prometia Renato, seria o último risco, a<br />

<strong>de</strong>spedida, a apoteose, o gozo e a calmaria até ao fim da vida, vida boa, tudo <strong>de</strong><br />

tudo, “que nem uns senhores”.<br />

<strong>de</strong> fadas.<br />

Senhores e senhoras estavam em silêncio como meninos ouvindo contos<br />

“Alguém tem medo?”<br />

“Medo? Ora essa...”<br />

“Bom, um italiano veio falar comigo, veio mesmo <strong>de</strong> Itália, <strong>de</strong> propósito, a<br />

saber se nós estávamos dispostos.<br />

“A quê? A quê?<br />

“já digo.” Antes, Renato queria <strong>de</strong>ixar bem claro que não se tratava <strong>de</strong> um<br />

italiano qualquer, era um melro importante, muita categoria e muita América<br />

no papo, talvez fosse da Mafia, sim, da Mafia, quase <strong>de</strong> certeza, pinta <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s golpes, muito gran<strong>de</strong>s mesmo, internacional, um VIP, tudo do bom e<br />

do fino, pu<strong>de</strong>ra, apontava alto, não era um pobre diabo como eles -”<strong>de</strong>sculpem,<br />

temos <strong>de</strong> reconhecer” - sempre a arriscar o canastro em assaltozinhos <strong>de</strong><br />

chacha.<br />

“Lá fora é assim, olha, nós aqui é tudo à portuguesa, em pequenino, não<br />

temos a estaleca <strong>de</strong>sse italiano, um gran<strong>de</strong> senhor, parece um industrial Renato<br />

alongava-se no retracto, Arnaldo remexendo na ca<strong>de</strong>ira o rabo e a impaciência,<br />

não aguentou mais: “Oh, caraças! Mas afinal o italiano quer o quê?”<br />

Teria <strong>de</strong> aguardar mais um pouco para saber o que queria o italiano, pois<br />

Renato começara a explicar que se tratava <strong>de</strong> uma honra, honra enorme, talvez<br />

imerecida, terem sido escolhidos para assunto <strong>de</strong> tanta responsabilida<strong>de</strong>,<br />

façanha singular, jamais ousada, <strong>de</strong> que haveria <strong>de</strong> falar-se em toda a parte, nas<br />

televisões, nos jornais, nas telefonias.<br />

A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Magrinha tinha uma pergunta a fazer: “Oh Renato, tu <strong>de</strong>sculpa,<br />

mas como é que esse fulano, lá tão longe, soube que a gente existe?”<br />

“Bom... foi o Lucien.”<br />

“O Lucien? Quem, o Obelix?!<br />

Ficaram todos <strong>de</strong> pé a trás.

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