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I CO - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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trabalhadores<br />

PESSOAS DE 10 ANOS OU MAIS, POR <strong>CO</strong>R, SEGUNDO O SEXO E<br />

O RENDIMENTO MÉDIO MENSAL - BRASIL - 1980<br />

Sexo e<br />

rendimento % sobre % sobre % sobre % sobre<br />

médio mensal % sobre total cor total cor total cor total cor<br />

(s-vUrio mínimo) Total o total Branca branca Preta preta Amarela amarela Parda parda<br />

Homeni 43.454.590 100.0 24.029.845 100.0 2.681.874 100.0 332.619 100.0 16.305.496 100.0<br />

Até 1/2 3.601.325 8,3 1.406.248 5.8 281.942 10.5 11.667 3,5 1.893.670 11,6<br />

Mais <strong>de</strong> 1/2 a 1 6.941.396 15.9 2.890.091 12.0 604.978 22.5 18.118 5,4 3.414.127 20,9<br />

Mais <strong>de</strong> 1 a 2 9.455.992 21.7 5.093.664 21,6 715.777 26.6 28.271 8.4 3.601.179 22,0<br />

Mais <strong>de</strong> 2a 3 4.334.612 9,9 2.715.606 11.3 246.513 9,2 21.443 6.4 1.344525 8,2<br />

Mais <strong>de</strong> 3a S 3.829.195 8,8 2.673.864 11.1 152.321 5.6 42.511 12.7 956.970 5,8<br />

Mais <strong>de</strong> 5 a 10 2.616.448 6,0 2.026.380 8.4 61.102 2.2 56.704 17.0 469.242 2,8<br />

Mais <strong>de</strong> 10 a 20 1.198.547 2.7 1.010.979. 4,2 11.822 0.4 34.499 10.3 139.181 0.8<br />

Mais <strong>de</strong> 20 618.313 1.4 551.928 2,3 1.154 0.04 22.965 6.9 41.611 0.2<br />

Sem rendimento 10.746.443 24.7 604.116 23.3 598.216 22.3 96.021 28.8 4.410.323 27.0<br />

Sem <strong>de</strong>claraçío 112.319 0.2 56.969 0.2 8.049 0.3 420 0,1 34.268 0.2<br />

Mulheres 44.695.358 100,0 25.439.647 100.0 2.685.782 100.0 306.202 100.0 16.150.272 100,0<br />

Até 1/2 4.109.209 9,2 1.787.111 7.0 426548 15.9 10.168 3.3 1.873.091 11,6<br />

Mais <strong>de</strong> 1/2 a 1 3.628.920 8.1 1544.648 7,6 338.526 12.6 10.906 34 1.328.149 8,3<br />

Mais <strong>de</strong> 1 a 2 3.748.521 8,3 2.479513 9,7 247.537 9,2 18.533 6,0 997.636 6,1<br />

Mais <strong>de</strong> 2a 3 1.204.708 2.7 890.780 3,5 45.525 1.7 12.862 4,2 252.368 1,5<br />

Mais <strong>de</strong> 3a 5 1.022534 2.2 828.884 32 22.016 0.8 14.712 4,8 155.223 05<br />

Mais <strong>de</strong> 5 a 10 628.887 1,4 535.607 2,1 12.538 0.4 11.354 3.7 68.661 0,4<br />

Mait<strong>de</strong> 10 a 20 186.153 0.4 167.423 0,6 866 0.03 2.962 05 ■ 14.497 0,08<br />

Mais <strong>de</strong> 20 41.127 0.09 39.626 0,1 41 0.001 159 0.05 1.301 0,008<br />

Sem rendimento 29599.574 67.1 16.696.921 65,6 1.582.528 585 223.345 72.9 11.416.597 70,6<br />

Sem dccUxaçio 125.325 0,2 68.734 0.3 9.257 0.3 1.201 0.3 42.749 0Í<br />

FONTE.IBCE. Cavo <strong>de</strong> 1930.<br />

Operário bom<br />

é operário<br />

<strong>de</strong>sunido<br />

Pela importância <strong>de</strong> suas lutas, a classe operária está sempre na<br />

berlinda. Mas nem sempre é vista como ela é. A imagem <strong>de</strong> uma classe<br />

composta <strong>de</strong> trabalhadores em situação absolutamente semelhante se<br />

sobrepõe à realida<strong>de</strong>. Não é bem assim. Sexo, ida<strong>de</strong>, religião, etnia,<br />

origem geográfica, entre outros fatores, divi<strong>de</strong>m a classe operária.<br />

Os patrões sabem muito bem disso, e <strong>de</strong>senvolvem sofisticadas<br />

políticas <strong>de</strong> pessoal que reforçam estas tendências. Selecionam seus<br />

trabalhadores levando mais em conta sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se acostumar à<br />

disciplina industrial e o grau <strong>de</strong> compromissos dos trabalhadores —<br />

como o <strong>de</strong> sustentar esposa e filhos — que sua qualificação técnica.<br />

É isto o que nos revela uma pesquisa em uma fábrica <strong>de</strong> adubos da<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo, realizada por pesquisadores do CEDEC. Lembra<br />

também que na política, no sindicato e na "cultura operária" criam-se<br />

vínculos <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>m trazer união para os<br />

trabalhadores.<br />

Robert Cabannes e<br />

Marie Agnès Chauvel*<br />

Costuma-se pensar em "classe<br />

operária" como um grupo<br />

homogêneo. Porém, se a classe<br />

operária assalariada compartilha<br />

fundamentalmente a mesma posi-<br />

ção na produção, no sentido em<br />

que é separada dos meios <strong>de</strong> produ-<br />

ção, esta separação não é idêntica<br />

para todos esses elementos. A esca-<br />

la das qualificações, por exemplo,<br />

<strong>de</strong>termina vários segmentos dife-<br />

Cor<br />

renciados <strong>de</strong>ntro do conjunto dos<br />

assalariados. Mas a posição na pro-<br />

dução não é o único fator <strong>de</strong> seg-<br />

mentação. A ida<strong>de</strong>, o sexo, os<br />

aspectos culturais, em suma socia-<br />

lização global dos indivíduos —<br />

trabalho incluído — constituem<br />

outros tantos fatores segmentado-<br />

res. Ao mesmo tempo que uma pes-<br />

soa faz parte do proletariado, <strong>de</strong>n-<br />

tro do qual tem uma <strong>de</strong>terminada<br />

profissão numa <strong>de</strong>terminada em-<br />

presa, ela também vive um sistema<br />

familiar, social, cultural, etc, Tudo<br />

isso po<strong>de</strong> influir na segmentação<br />

ou unificação da classe operária.<br />

É, portanto, necessário realizar<br />

estudos concretos, <strong>de</strong>ntro e fora do<br />

local <strong>de</strong> trabalho, que permitam<br />

evi<strong>de</strong>nciar mecanismos ou proces-<br />

sos <strong>de</strong> segmentação e <strong>de</strong> unificação,<br />

<strong>de</strong>ntro do mundo operário. Entre<br />

outros, coloca-se a política <strong>de</strong> ges-<br />

tão da mão-<strong>de</strong>-obra das empresas.<br />

Vejamos os efeitos segmentadores<br />

<strong>de</strong> tal política <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma em-<br />

presa do setor químico da Gran<strong>de</strong><br />

São Paulo.<br />

O recrutamento<br />

Os critérios adotados para o<br />

recrutamento não obe<strong>de</strong>cem pro-<br />

priamente a uma lógica <strong>de</strong> qualifi-<br />

cação profissional, mas sim ao que<br />

po<strong>de</strong>ríamos chamar <strong>de</strong> uma lógica<br />

<strong>de</strong> qualificação "social". O primei-<br />

ro <strong>de</strong>les é o da "disciplina indus-<br />

trial": o candidato <strong>de</strong>ve ter traba-<br />

lhado no mínimo um ano completo<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma empresa <strong>de</strong><br />

qualquer ramo. Assim, não impor-<br />

ta propriamente a experiência em<br />

alguma ativida<strong>de</strong> e sim a experiên-<br />

cia prévia da disciplina industrial.<br />

O segundo critério é o da disciplina<br />

<strong>de</strong> fábrica: o recrutamento efetua-<br />

se sistematicamente no posto e no<br />

nível mais baixo da escala <strong>de</strong> quali-

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