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SOCIEDADE, ÉTICA E POLÍTICA - Início

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As Novas Morais<br />

A consolidação da burguesia como classe e a efetivação do seu domínio, em especial a<br />

partir do século XIX, determinou uma transformação da moral burguesa. Esta moral, que como<br />

qualquer outra moral conviveu com uma distância entre os seus fundamentos e as práticas sociais<br />

concretas por ela orientadas e com uma influência direta da moral dominante com a qual<br />

conflitava, perdeu seus elementos de progressismo moral. A “nova” moral burguesa incorporou<br />

elementos da velha moral aristocrática como a busca do conforto material, a valorização do ócio<br />

e do parasitismo social etc, e desenvolveu outros elementos como a dissimulação, o formalismo,<br />

o cinismo, o chauvinismo, a institucionalização do comportamento humano etc.<br />

A atuação desta “nova” moral burguesa sob o mundo do trabalho, em especial sobre o<br />

proletariado urbano, possuiu grande significado. Atuação esta que assumiu um poder estruturador<br />

e propagador moral ainda maior devido aos processos de alienação e desumanização que o<br />

trabalhador estava submetido, frutos da tecnologia de produção e dos métodos de planejamento e<br />

racionalização do trabalho. Além da imposição da perspectiva do conforto burguês (consumismo,<br />

abastança material etc), do concorrencialismo, do individualismo, da obsessão pelo trabalho,<br />

observamos mais recentemente a moral cultuadora do corporativismo de empresa (o trabalhador<br />

como parte da empresa, a empresa com seus símbolos e ritos etc), do compromisso moral do<br />

trabalhador para com a empresa etc.<br />

As classes e grupos sociais que compõe o mundo do trabalho também elaboraram a sua<br />

moral. Por meio da sua experiência social no trabalho, da sua organização político-sindical, das<br />

suas publicações, das lutas sociais, dos seus intelectuais orgânicos etc, os trabalhadores reuniram<br />

elementos de conduta moral alternativos como a solidariedade, a progressiva igualdade de gênero<br />

e étnica, a identidade de classe etc. A homogeneização/unificação destes elementos de conduta<br />

moral alternativos, viveram fluxos e refluxos na direta relação com as transformações produtivas,<br />

a intensidade e qualidade da interferência da mídia na sociedade, as formas e qualidades da<br />

organização das lutas sociais, e assim por diante.<br />

O Mundo Contemporâneo Ocidental conheceu, ainda, a emergência de concepções<br />

filosóficas e políticas que incorporava perspectivas de classes e grupos sociais subalternos. A<br />

contestação da ordem social e econômica, das estruturas de poder, dos padrões culturais, da<br />

relação com a natureza, eram algumas temáticas provocas pelas referidas concepções.<br />

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