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2. <strong>ÉTICA</strong> E HISTÓRIA<br />
As concepções Éticas nascem e se desenvolvem como respostas aos problemas sociais e<br />
históricos concretos surgidos nas relações entre os homens, em especial problemas que se<br />
relacionam com o comportamento moral. A determinação social e histórica dos problemas<br />
humanos determina a dimensão social e histórica das concepções Éticas na medida em que os tem<br />
como objeto.<br />
Abordar criticamente as concepções Éticas demanda partir, portanto, dos problemas<br />
humanos. Identificá-los exige, por sua vez, uma abordagem das estruturas sócio-econômicas,<br />
políticas e morais da sociedade que os determina.<br />
2.1. Concepções Éticas Fundamentais<br />
A Ética foi conceituada e caracterizada por meio de infinitos conteúdos e formas.<br />
Todavia, é possível identificar dois grandes campos de concepções fundamentais.<br />
A primeira concepção é a que define a Ética como a ciência do fim para o qual a conduta<br />
dos homens deve ser orientada e dos meios para atingir tal fim. Nesta concepção, o fim e os<br />
meios seriam deduzidos da própria natureza do homem. O ideal para o homem seria dirigir-se por<br />
sua natureza e, por conseqüência, da “natureza”, “essência” ou “substancia” do homem. O bem<br />
seria para onde se dirigiria o homem (Abbagnano, 1998, p. 380 e 381).<br />
As concepções da Ética do Fim da conduta humana concebe o bem como realidade<br />
perfeita ou perfeição real. Procura-se deduzir esta realidade da natureza racional do homem.<br />
Define como bem a conduta que se orienta por meio da projeção desta perfeição.<br />
Para a Ética do Fim o valor, como o belo e o bom, existem idealmente, isto é, como<br />
entidades supra-empíricas, atemporais, imutáveis e absolutas. Subsistem em si e por si,<br />
independentes da própria relação que o homem possa manter com elas, ao conhecê-las ou intuílas.<br />
Ocorre a plena separação entre o valor e a realidade (ou os bens em que nela se<br />
materializa). De forma que os valores formam um reino particular e que subsiste absoluto,<br />
imutável e incondicionado; encarnam bens como a utilidade, a beleza, a bondade; existem<br />
idealmente; e não necessitam se concretizar em formas reais (Vasquez, 1989, p. 123-125).<br />
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