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valores seriam dados, ainda, independentemente de tais fins e propósitos, bem como das<br />
preferências dos valores, isto é, da sua hierarquia.<br />
Para Scheler, portanto, a Ética não se fundaria na noção de bem nem na noção de fins<br />
imediatamente presentes na aspiração ou em propósitos deliberadamente almejados. Fundaria-se<br />
na intuição emotiva, imediata e infalível dos valores e das suas relações hierárquicas. Intuição<br />
esta que seria a base de qualquer aspiração, desejo e deliberação voluntária.<br />
Para Scheler os valores e a própria hierarquia dos mesmos seria independente da escolha<br />
humana. Toda escolha seria pressuposta pela escolha, quer esta se conformasse ou não a ela.<br />
Nietzsche<br />
Para Nietzsche os valores e a própria hierarquia dos mesmos seria também de todo<br />
independente da escolha humana. Para Nietzsche, todavia, seria a hierarquia dos valores vitais,<br />
dos valores em que se encarna a Vontade de Poder.<br />
Nietzsche criticou a moral corrente e enxergou nela formas camufladas de egoísmo e<br />
hipocrisia. Daí o seu imoralismo constituir-se tão somente na proposta de uma nova tábua de<br />
valores, fundada no princípio de aceitação entusiástica da vida, na preeminência do espírito<br />
dionisíaco. Pretendeu, enfim, substituir as virtudes da moral tradicional pelas novas virtudes em<br />
que se exprimisse a vontade de potência.<br />
Para Nietzsche seria virtude toda paixão que dissesse sim à vida e ao mundo, de forma a<br />
buscar altivez, alegria e saúde; amor sexual, inimizade e guerra; veneração, belas aptidões, boas<br />
maneiras, vontade forte, disciplina da intelectualidade superior, vontade de potência,<br />
reconhecimento para com a terra e para com a vida. O que seria rico e queria dar, queria<br />
recompensar a vida, dourá-la, eternizá-la e divinizá-la.<br />
Nietzsche considerou a natureza do homem como sendo a vontade de potência, de forma<br />
a deduzir dela a tábua de valores morais que deveriam dirigir o homem para a realização da<br />
vontade de potência em um mundo de super-homens.<br />
2.5.2. O Mundo Contemporânea Ocidental e a Ética do Móvel<br />
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