13.04.2013 Views

a igreja católica em diálogo - Centro Loyola de Fé e Cultura / PUC-Rio

a igreja católica em diálogo - Centro Loyola de Fé e Cultura / PUC-Rio

a igreja católica em diálogo - Centro Loyola de Fé e Cultura / PUC-Rio

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>em</strong>preendimento do <strong>diálogo</strong>, como tal, avaliando suas proprieda<strong>de</strong>s e improprieda<strong>de</strong>s, anseia-se<br />

por algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> termos. Se, <strong>de</strong> fato, está havendo alguma transformação <strong>de</strong> perspec-<br />

tiva e se, realmente, faz parte <strong>de</strong> uma mudança mais ampla na consciência religiosa, então t<strong>em</strong>os<br />

<strong>de</strong> fazer uma pausa <strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos, para ver que não é ilusória ou enganosa. Deixar <strong>de</strong> fazer<br />

isso é abrir-se à influência <strong>de</strong> agenda misteriosa ou conformação ingênua às idéias da moda, ou à<br />

simples conquista <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> certezas por outro.<br />

Assim, t<strong>em</strong>os aqui duas questões interligadas. Primeiramente, precisamos <strong>de</strong> alguns parâme-<br />

tros para <strong>de</strong>limitar o que entend<strong>em</strong>os por <strong>diálogo</strong> inter-religioso. Em segundo lugar, t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> con-<br />

si<strong>de</strong>rar o que torna um <strong>diálogo</strong> verda<strong>de</strong>iro <strong>em</strong> si, e o que o torna falso.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o primeiro, creio que o leitor não julgará exagerado, <strong>de</strong> minha parte, citar a oca-<br />

sião do vigésimo quinto aniversário da fundação do Nanzan Institute for Religion and Culture, para<br />

caracterizar o <strong>diálogo</strong> inter-religioso, razão <strong>de</strong>sse ensaio. Alguém também po<strong>de</strong>ria dizer, talvez<br />

com mais humilda<strong>de</strong> e menos risco <strong>de</strong> presunção, que o papel que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhamos no <strong>diálogo</strong><br />

nada mais é do que um aspecto do fenômeno multifacetado e ainda crescente. Meu foco aqui, en-<br />

tretanto, exige uma <strong>de</strong>claração ousada da aceitação <strong>de</strong> que nossa experiência significa alguma coi-<br />

sa, na história do <strong>diálogo</strong>. Obviamente, estou por d<strong>em</strong>ais envolvido nesse fenômeno para reivindi-<br />

car qualquer coisa, que não a forma menos rígida <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong> a esse respeito. Mas, na medida<br />

<strong>em</strong> que o Nanzan Institute foi criado como um centro para o <strong>diálogo</strong> inter-religioso e t<strong>em</strong>-se man-<br />

tido por um quarto <strong>de</strong> século com esse objetivo <strong>em</strong> mente - e na medida <strong>em</strong> que essa conduta coin-<br />

ci<strong>de</strong> com o que talvez seja, na história da Humanida<strong>de</strong>, o esforço mais longo e contínuo para fazer<br />

com que as religiões dialogu<strong>em</strong> umas com as outras -, então parece justo reivindicarmos nossa<br />

própria história como sendo representativa <strong>de</strong> uma parte indispensável do <strong>diálogo</strong>.<br />

Os <strong>de</strong>talhes do que estamos procurando estão <strong>de</strong>lineados <strong>em</strong> outra parte <strong>de</strong>ssa coletânea. Até<br />

mesmo o mais rápido olhar confirmará que nossa participação na aventura t<strong>em</strong> sido <strong>de</strong> ord<strong>em</strong> inte-<br />

lectual. Não encontro razões para amenizar críticas <strong>de</strong> que religiões são muito mais do que sua<br />

doutrina ou autoconhecimento racional, e que um <strong>diálogo</strong> centrado <strong>em</strong> textos e idéias, comprome-<br />

tido com os princípios do discurso racional, é parcial. De fato, a gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s inter-<br />

religiosas <strong>de</strong> que t<strong>em</strong>os participado no Japão, na Ásia e pelo mundo t<strong>em</strong> d<strong>em</strong>onstrado que a nossa<br />

ativida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> particular, é apenas um bordado <strong>em</strong> uma tapeçaria muito mais vasta. Consi<strong>de</strong>ro que<br />

o <strong>diálogo</strong> intelectual t<strong>em</strong> sido nossa parte na história, e prefiro falar a partir do que tenho visto e<br />

ouvido, mesmo que isso comprometa algumas das generalizações a seguir.<br />

O <strong>diálogo</strong> inter-religioso, no fórum intelectual, é <strong>diálogo</strong> no sentido mais literal do termo: pes-<br />

soas <strong>de</strong> uma crença religiosa conversando com pessoas <strong>de</strong> outras crenças. Embora o palco seja<br />

<strong>de</strong>finido por d<strong>em</strong>andas <strong>de</strong> argumento racional, é motivado por um <strong>de</strong>sejo puramente racional. Em<br />

outras palavras, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r melhor a dimensão religiosa do ser humano, <strong>em</strong> toda sua di-<br />

18

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!