a igreja católica em diálogo - Centro Loyola de Fé e Cultura / PUC-Rio
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Agora, missão cristã é partilhar a vida e <strong>de</strong>spertar, <strong>em</strong> torno da Palavra <strong>de</strong> Deus, comunida-<br />
<strong>de</strong>s solidárias. Estas pod<strong>em</strong> se reunir nas casas e nos salões comunitários, poucas <strong>igreja</strong>s são ne-<br />
cessárias para as celebrações maiores: <strong>de</strong> preferência as que favoreçam a participação pela arquite-<br />
tura circular, as que facilit<strong>em</strong> uma experiência <strong>de</strong> Deus <strong>em</strong> nosso meio, <strong>em</strong> um clima <strong>de</strong> austerida-<br />
<strong>de</strong> e beleza on<strong>de</strong> sobressaiam as pessoas – e daí se favoreça a sua transcendência.<br />
Não é mais, também, o caso do padre comprar um sino ou difusora e n<strong>em</strong> mesmo um pro-<br />
vedor <strong>de</strong> internet para a paróquia anunciar as “verda<strong>de</strong>s” <strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre, mas <strong>de</strong> ajudar o povo a se<br />
educar misticamente e a se auto<strong>de</strong>terminar como re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s, ocupando assim os meios<br />
informacionais que se d<strong>em</strong>ocratizam, para test<strong>em</strong>unhar a graça que experimenta da parte <strong>de</strong> Deus<br />
(a informática está presente apenas <strong>em</strong> <strong>de</strong>z por cento dos lares brasileiros, mas já é onipresente nos<br />
meios públicos). N<strong>em</strong> é o caso também <strong>de</strong> a diocese comprar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão ou rádio para<br />
transmitir práticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>voções e sacramentos sob medida para a funcionalida<strong>de</strong> individualista do<br />
nosso t<strong>em</strong>po, mas sim <strong>de</strong> criar escolas teológicas e cursos on-line e a distância, on<strong>de</strong> o Povo <strong>de</strong><br />
Deus se prepare para aproximar o divino ao tratar <strong>de</strong> qualquer t<strong>em</strong>a, <strong>em</strong> qualquer programa. Com<br />
certeza, pela mídia, muita gente não entrará nas comunida<strong>de</strong>s, mas po<strong>de</strong>rá ser “simpatizante” do<br />
movimento cristão – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este se apresente aí como “movimento” e “simpático” e não como<br />
casta discordante.<br />
Ou seja, não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os buscar controlar os piores meios <strong>de</strong> comunicação que a cida<strong>de</strong> t<strong>em</strong><br />
inventado, os mais monopolizadores, mas sim colaborar na “inclusão digital” e na “leitura crítica<br />
da comunicação”. Dev<strong>em</strong>os tratar <strong>de</strong> exercitar as melhores experiências <strong>de</strong> socialização da urbani-<br />
da<strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rna – e até <strong>de</strong> superá-las, vinculando a nossa “re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s” à “re<strong>de</strong> <strong>de</strong> co-<br />
municação” eclesial.<br />
A pastoral urbana pós-mo<strong>de</strong>rna exige principalmente que se reconheça a importância do<br />
que se costuma chamar comunida<strong>de</strong> ambiental ou comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ou ainda comunida<strong>de</strong><br />
afetiva – mesmo que esta não seja no local <strong>de</strong> residência da pessoa: o que importa é que o grupo<br />
seja homogêneo, tenha li<strong>de</strong>rança dinâmica, possua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> b<strong>em</strong> formada. Implica também o<br />
investimento nos processos catecumenais (pela análise <strong>de</strong> filmes, meditação frente a obras <strong>de</strong> arte,<br />
test<strong>em</strong>unhos históricos), através dos quais se toma contato com a especificida<strong>de</strong> da vivência cristã,<br />
nela fazendo um gradativo e pedagógico ingresso, com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> múltiplas expressões li-<br />
túrgicas e doutrinais <strong>de</strong>ssa a<strong>de</strong>são, conformes as tantas culturas da cida<strong>de</strong>.<br />
As comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> periferia pod<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolver mais os grupos comunitários locais, que<br />
ainda são possíveis e úteis nesse contexto. As comunida<strong>de</strong>s inseridas nos ambientes mais urbanos,<br />
sobretudo aquelas do centro e das áreas <strong>de</strong> lazer, pod<strong>em</strong> abrir para toda a cida<strong>de</strong> serviços e ativida-<br />
<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> assistência, são chamadas a <strong>de</strong>senvolver múltiplos horários e locais <strong>de</strong> atendi-<br />
mento (tipo “cafés católicos” ou centros <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong>) e, mais do que eles, diversos ministé-<br />
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