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BIBLIOLOGIA 1 - Faculdade de Teologia Filadelfia

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Dessa forma, Baur distinguiu entre o Jesus histórico e o Jesus teológico. Interessante<br />

é observar que apesar da estrutura central <strong>de</strong> sua teoria(dialética hegeliana) ter sido<br />

abandonada pela maioria dos especialistas, sua oposição entre Pedro e Paulo tem<br />

persistido como noção <strong>de</strong> muitos estudiosos.<br />

W. Boosset(1892) e Adolf von Harnack(1899) opinavam que era mister eliminar<br />

quaisquer emendas supersticiosas e religiosas, a fim <strong>de</strong> se ficar apenas com o Jesus<br />

histórico . Segundo eles, Jesus seria um meio liberal eloqüente, que proclamava o<br />

evangelho da paternida<strong>de</strong> universal <strong>de</strong> Deus e a fraternida<strong>de</strong> universal dos homens.<br />

Porém, Johanne Weiss(1892) reagiu contra tão simplista mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> Jesus,<br />

tendo sido secundado por Albert Schweitzer(nasceu em 1875), o qual insistiu em seu<br />

livro Quest for the Historical Jesus (1906), que Jesus era um crente apaixonado no<br />

iminente fim do mundo e no imediato estabelecimento do reino <strong>de</strong> Deus sobre a terra.<br />

Nisso, Jesus estaria equivocado, segundo Schweitzer supunha; porém, acreditaria em<br />

tais coisas.<br />

É possível que a principal tendência da erudição liberal, a partir do ano 1906, tenha<br />

sido aquela promovida por Rudolf Bultman(nasceu em 1884).<br />

De acordo com essa tendência, precisamos <strong>de</strong>mitizar os registros bíblicos a fim <strong>de</strong><br />

chegarmos ao Jesus real. Mas a tentativa terminou em ceticismo quanto ao método,<br />

consi<strong>de</strong>rado fútil, visto que até os evangelhos sinópticos encerram <strong>de</strong>clarações que<br />

promovem a <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo.<br />

Não obstante, alguns estudiosos continuam fiéis ao método.<br />

A Crítica da Forma<br />

É um método <strong>de</strong> pesquisa que surgiu na Alemanha, a partir <strong>de</strong> 1919, quando Maritn<br />

Dibelius publicou sua obra From Tradition to Gospel.<br />

O método havia sido antecipado por outros, como Johannes Weiss e Hermann<br />

Gunkel.<br />

A crítica da forma é uma tentativa para recuperar as unida<strong>de</strong>s da tradição oral que<br />

circulavam antes dos evangelhos serem escritos. Segundo são concebidas, essas<br />

unida<strong>de</strong>s incluiriam antigas narrativas, como o relato da paixão, parábolas,<br />

<strong>de</strong>clarações ou ensinos, relatos <strong>de</strong> milagres e lendas. Tudo estaria baseado em graus<br />

variegados <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> mistura com ficção.<br />

Alguns intérpretes também lançaram-se à tarefa <strong>de</strong> distinguir níveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssas<br />

supostas unida<strong>de</strong>s, com o material judaico primitivo e o material helenista posterior.<br />

Supõe-se que os evangelhos resultarem <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> recolhimento <strong>de</strong> fragmentos,<br />

em que as peças foram sendo ajustadas umas às outras, algumas vezes<br />

habilidosamente, e outras vezes, <strong>de</strong> forma crua.<br />

Alguns supõem que essas tradições foram essencialmente preservadas pela Igreja;<br />

mas outros pensam que os cristãos inventaram a maioria <strong>de</strong>ssas tradições. Seja como<br />

for, a tradição concentrada nos evangelhos seria uma espécie <strong>de</strong> esforço comunitário,<br />

e não <strong>de</strong> iniciativa particular. Isso significa que haveria uma certa canonização <strong>de</strong><br />

material, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo.<br />

Essa teoria, apesar <strong>de</strong> conter elementos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, também tem seus exageros.<br />

Marcos, o evangelho original, certamente parece haver sido escrito apressadamente,<br />

para narrar uma história que todos já conheciam; e não por alguém que agisse como<br />

redator, alinhavando pedaços provenientes <strong>de</strong> muitas fontes.<br />

Nota-se ali um senso <strong>de</strong> urgência, com base em narrativas <strong>de</strong> testemunhas oculares,<br />

o que é embotado por uma exagerada crítica da forma.<br />

A Ativida<strong>de</strong> dos Críticos<br />

Qualquer estudo introdutório a algum livro da Bíblia naturalmente incluirá várias formas<br />

<strong>de</strong> crítica. Essa é uma ativida<strong>de</strong> necessária, tornando-se prejudicial somente quando<br />

guiada pelo ceticismo, que busca encontrar erros e embotar a verda<strong>de</strong>, em vez <strong>de</strong><br />

lançar luz sobre ela.O leitor, no tocante à introdução a qualquer livro das Escrituras,<br />

po<strong>de</strong>rá perceber a mão da crítica plenamente ilustrada, nessas introduções.<br />

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