BIBLIOLOGIA 1 - Faculdade de Teologia Filadelfia

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As Línguas Usadas para Escrever a Bíblia
A Septuaginta
Para os judeus alexandrinos, o hebraico transformara-se quase em um arcaísmo da
sinagoga. Em adição ao desejo que eles tinham de exaltar a história e sabedoria de
sua própria raça, esse arcaísmo do hebraico era motivo suficiente para inspirar o
empreendimento.
Era inevitável, porém, que surgissem lendas em torno das origens de um
empreendimento tão notável. Há uma certa carta de Aristéias, dirigida a Filócrates, em
torno da qual apareceu considerável literatura. Foi publicada pela primeira vez em
latim, em 1471 d.C., e novamente anos mais tarde, em grego. A crítica literária desse
documento não nos deve preocupar. Todavia, seu autor diz que ele era cortesão de
Ptolomeu Filadelfo, um grego interessado pelas antiguidades dos judeus. Ele escreve
sobre uma viagem que fizera recentemente a Jerusalém, com um propósito específico.
Demétrio Falério, foi bibliotecário da vasta e famosa biblioteca de Alexandria, diz que
Aristéias apresentou ao monarca a proposta de adicionar à coletânea uma tradução
das “leis judaicas”.
O culto Ptolomeu aceitou a proposta, e enviou a Jerusalém uma embaixada com uma
carta, a Eleazar, o sumo sacerdote, pedindo que seis anciãos, de cada uma das doze
tribos de Israel, fossem enviadas a Alexandria, a fim de executarem a tradução
proposta. Os tradutores judeus chegaram a Alexandria trazendo uma cópia do Antigo
Testamento escrita em letras douradas, sobre rolos de peles, ou pergaminhos. Em um
banquete, o rei testou a erudição dos visitantes hebreus, com perguntas difíceis,
parece ter ficado satisfeito.
Dotados de tudo quanto, por ventura, fosse necessário para o trabalho de tradução,
eles se puseram a trabalhar, comparando seus resultados e os harmonizando. E tudo
sobre o que concordava era devidamente copiado sobre a direção de Demétrio. Com
isto, a transcrição foi terminada em 72 dias, como se o prazo tivesse sido arranjado de
antemão, conforme diz Aristéias na citada carta.
Aceitação e Utilidade da Tradução
Os membros da comunidade judaica ficaram encantados com a tradução, e pediram
uma cópia da mesma. E proferiram uma maldição a quem fizesse algum acréscimo ou
tirasse algo da tradução. O rei também ficou satisfeito, e a Septuaginta foi posta na
biblioteca.Tanto o Filo, o erudito judeu de Alexandria, quanto Josefo, o grande
historiado judeu da época do cristianismo primitivo, reiteraram o relato. Desnudada de
detalhes formalizados e pseudomiraculosos, a história da origem da Septuaginta, em
algum ponto, em meados do século III antes de Cristo, e como resultado direto de uma
decisão real, não parece incrível para os estudiosos.
Alexandria era uma cidade de habitantes muito sofisticados, e ali nasceram as
bibliotecas, Ptolomeu era um bibliófilo, um historiador universal e um político
suficientemente astuto para desejar conservar a boa vontade de uma seção numerosa
e dinâmica de sua população urbana, como eram os judeus. Alguns têm dito que essa
tradução envolveu somente o Pentateuco, porque os demais livros do Antigo
Testamento seriam considerados estranhos ao cânon veterotestamentário.
Porém, há evidências a partir de 132 a.C, pelo menos, de que a lei os profetas e o
resto dos livros do Antigo Testamento eram circulados na época em que foi feita essa
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