BIBLIOLOGIA 1 - Faculdade de Teologia Filadelfia
BIBLIOLOGIA 1 - Faculdade de Teologia Filadelfia
BIBLIOLOGIA 1 - Faculdade de Teologia Filadelfia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> antigos manuscritos tem possibilitado a compilação <strong>de</strong> um texto<br />
bíblico mais acurado do que teria sido possível há cem anos atrás.<br />
Historiografia Bíblia<br />
O historiador E. Meyer observou que: “uma literatura histórica in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, no<br />
verda<strong>de</strong>iro sentido das palavras, apareceu somente entre os israelitas e os gregos”.<br />
A história, conforme é compreendida pela nossa cultura, origina-se <strong>de</strong> dois pontos:<br />
1. do século V. a.C., na Grécia, com Heródoto e Tucídi<strong>de</strong>s.<br />
2. Cinco séculos antes, com o redator do livro <strong>de</strong> Gênesis ou Jeovista, conforme<br />
alguns estudiosos o têm chamado.<br />
Em seguida, temos o autor que narrou a historiado da sucessão <strong>de</strong> Davi a Salomão (II<br />
Samuel 9-20 e I Reis 1e 2).Nesses exemplos, encontramos os primórdios <strong>de</strong> esforços<br />
propositais para registrar a história. Naturalmente, os registros arqueológicos mostram<br />
que tal tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> era generalizada entre as culturas antigas, sobretudo as que<br />
tange às vidas e aos atos dos reis. Mas, no que concerne à nossa cultura, <strong>de</strong>vemos<br />
levar em conta as duas fontes acima mencionadas. Heródoto fez uma comparação<br />
entre o mundo fabuloso do Oriente e o novo mundo grego; e Tucídi<strong>de</strong>s investigou as<br />
causas e o curso da guerra do Peloponeso.<br />
A História no Antigo Oriente<br />
De 2000 a .C. em diante há inscrições reais, arquivos <strong>de</strong> tabletes e alguns outros<br />
documentos escritos; mas, antes disso, o material que po<strong>de</strong> ser aproveitado pela<br />
história é escasso. Esses documentos fornecem aos estudiosos mo<strong>de</strong>rnos muitos<br />
informes, permitindo-nos chegar a uma espécie <strong>de</strong> esboço histórico do Egito, da<br />
Suméria, <strong>de</strong> Aca<strong>de</strong>, da Assíria, da Babilônia e dos hititas.<br />
Nesse material, entretanto, não encontramos unida<strong>de</strong> real, continuida<strong>de</strong> intrínseca ou<br />
profundida<strong>de</strong> humana que nos capacite ter uma visão da socieda<strong>de</strong> humana inteira,<br />
em sua marcha através dos séculos.Esse material simplesmente alista feitos<br />
memoráveis <strong>de</strong> reis, conflitos armados, expedições <strong>de</strong> caça, conquistas políticas,<br />
realizações arquiteturais, crimes, vícios, virtu<strong>de</strong>s, mas não verda<strong>de</strong>ira história como<br />
tal.<br />
Os reis figuram ali como se fossem os únicos que merecessem ser mencionados, e<br />
outras personagens aparecem apenas inci<strong>de</strong>ntalmente. Apren<strong>de</strong>mos ali acerca <strong>de</strong><br />
idéias religiosas, tradições antigas e outros itens frustrantes para os historiadores.<br />
Em algum material proveniente dos hititas (inscrições <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1300 A.C.),<br />
apren<strong>de</strong>mos acerca <strong>de</strong> sucessões <strong>de</strong> reis, manobras diplomáticas, etc.; mas sempre é<br />
algum rei, ou algum príncipe, que ocupa o primeiro plano, e nada se po<strong>de</strong> saber<br />
acerca das socieda<strong>de</strong>s como um todo. A arqueologia tem procurado preencher alguns<br />
hiatos, sobretudo quando são <strong>de</strong>scobertas cida<strong>de</strong>s inteiras, e não apenas palácios ou<br />
templos.<br />
Israel e a História<br />
Todos os eruditos concordam que a história do Antigo Testamento, a começar pelo rei<br />
Davi, e dai por diante, é extremamente acurada. Mas, os estudiosos mais liberais<br />
supõem que, antes <strong>de</strong>ssa época, prevaleciam mais as crônicas lendárias e místicas,<br />
<strong>de</strong> mistura com alguma informação verda<strong>de</strong>iramente histórica. Parece que uma<br />
autêntica atitu<strong>de</strong> histórica fazia parte das tendências raciais dos ju<strong>de</strong>us.E isso porque<br />
ali não obtemos somente crônicas sobre os feitos dos monarcas, que continuam<br />
ocupando posição central, mas também informações atinentes às instituições<br />
essenciais do povo <strong>de</strong> Israel. Isso se dá, sobretudo, no tocante às instituições<br />
religiosas, o que, afinal, ocupava o foco <strong>de</strong> todas as atenções.<br />
Além dos reis, obtemos ali crônicas sobre outras bem conhecidas personagens,<br />
principalmente profetas, sacerdotes e figuras religiosas. Em meio à narrativa histórica,<br />
também topamos ali com uma filosofia da história. Contudo, essa filosofia é linear,<br />
40