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A influência do modernismo brasileiro na literatura angolana

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2. ANGOLA E BRASIL<br />

A <strong>literatura</strong> angola<strong>na</strong> sofreu várias <strong>influência</strong>s. Muitos fatores cooperaram para seu<br />

desenvolvimento. Se dentre as <strong>influência</strong>s inter<strong>na</strong>s, temos os poetas e escritores, cujas<br />

produções serviram de importante subsídio para “a proposta <strong>do</strong>s responsáveis pelo<br />

movimento que, a partir <strong>do</strong>s anos 40, começa a agitar o meio cultural angolano em prol da<br />

construção de uma <strong>literatura</strong> marcadamente <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.” (MADRUGA, 1998, p. 20), dentre as<br />

<strong>influência</strong>s exter<strong>na</strong>s, são citadas como mais expressivas, o marxismo, o neorrealismo<br />

português e o <strong>modernismo</strong> <strong>brasileiro</strong>.<br />

À maneira <strong>do</strong>s modernistas <strong>brasileiro</strong>s, os escritores começaram a se empenhar em<br />

trazer para a <strong>literatura</strong>, de mo<strong>do</strong> crítico, a realidade angola<strong>na</strong>, o sofrimento <strong>do</strong> povo,<br />

sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong> povo negro, vitima<strong>do</strong> duplamente <strong>na</strong> condição de coloniza<strong>do</strong> e negro. O<br />

aumento da produção jor<strong>na</strong>lística e a utilização cada vez maior de termos da língua <strong>na</strong>tiva<br />

constituíram fatores importantes para o crescimento e consolidação de um sentimento<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista que vai despertan<strong>do</strong> nos angolanos uma imensa vontade de sair <strong>do</strong> papel de povo<br />

coloniza<strong>do</strong> e de trabalhar em prol da construção de uma identidade própria.<br />

Na década de 30, surge um movimento revolucionário intitula<strong>do</strong> Negritude, lidera<strong>do</strong><br />

pelos estudantes negros Aimé Césaire, Leon Damas e Leopold Senghor. Composto ainda por<br />

outros estudantes que reivindicavam o papel e a presença <strong>do</strong> negro dentro da sociedade, tal<br />

como os brancos. Ganhou grande aceitação, pois colaborou muito no processo de afirmação<br />

<strong>do</strong> negro e da sua cultura, ten<strong>do</strong> em vista que, “o resgate da identidade africa<strong>na</strong> implica a<br />

reestruturação <strong>do</strong> ser negro, mutila<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong>s séculos”. (MADRUGA, 1998, p. 69).<br />

A partir da década de 40, a <strong>literatura</strong> angola<strong>na</strong> começa a ganhar forças e a modificar o<br />

quadro da história literária <strong>do</strong> país e colaborar para a mudança também <strong>do</strong> quadro<br />

sociopolítico marca<strong>do</strong> pela opressão, pela exploração e pela subestimação, devi<strong>do</strong> à<br />

colonização. Os movimentos anteriores servirão de base para tu<strong>do</strong> que vamos encontrar pela<br />

frente. A poesia será um meio de os angolanos cantarem sua terra e suas esperanças de se<br />

tor<strong>na</strong>rem livres de um país preso a uma cultura europeia que se afirma superior a todas as<br />

outras.<br />

Na <strong>literatura</strong> que vai despontan<strong>do</strong>, o negro já começa a se conscientizar de sua<br />

situação, um ser que foi violenta<strong>do</strong>, coloniza<strong>do</strong>, desrespeita<strong>do</strong> e discrimi<strong>na</strong><strong>do</strong> pelos brancos<br />

europeus, e começa a lutar para mudar o rumo de tu<strong>do</strong> isso.<br />

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