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A influência do modernismo brasileiro na literatura angolana

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Tanto o poema Criar como o poema Mamã Negra revelam um futuro que está por vir,<br />

um futuro divisa<strong>do</strong> pelos olhos desses poetas.<br />

2.1. Movimento <strong>do</strong>s Novos Intelectuais de Angola<br />

Foi um movimento literário, surgi<strong>do</strong> em 1948, composto por um grupo de jovens<br />

intelectuais, negros, brancos, mestiços, lidera<strong>do</strong>s por Viriato da Cruz. Eles aproveitaram os<br />

ideais <strong>na</strong>tivistas de escritores passa<strong>do</strong>s, tais como, Cordeiro da Mata e Paixão Franco, para<br />

voltarem-se às suas raízes angola<strong>na</strong>s e estudarem a terra, as regiões geográficas, a língua e<br />

dialetos locais, a fim de que a população conhecesse um pouco da sua história. A realidade<br />

angola<strong>na</strong> tornou-se matéria de poesia, despertan<strong>do</strong> <strong>na</strong>s pessoas a vontade de se libertarem da<br />

condição de coloniza<strong>do</strong>s e a de tor<strong>na</strong>rem Angola livre das amarras europeias. Esse<br />

movimento, a partir de 1950, também ficou conheci<strong>do</strong> como o “Movimento <strong>do</strong>s Novos<br />

Intelectuais de Angola”, por tomarem como base as propostas <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s “Velhos<br />

Intelectuais”, aqueles intelectuais já mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s, que no fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> século XIX já tinham em<br />

mente essa libertação.<br />

O grupo <strong>do</strong>s Novos Intelectuais de Angola estava, pois, empenha<strong>do</strong> em propagar<br />

conhecimentos, instruir o povo de sua terra, para que não pensassem ape<strong>na</strong>s no trabalho, mas<br />

sim, também, <strong>na</strong> cultura que estava permean<strong>do</strong> a vida pacata <strong>do</strong>s angolanos. O Modernismo<br />

<strong>brasileiro</strong> também serviu de grande <strong>influência</strong> para esse movimento, pois os encorajava a<br />

produzir uma <strong>literatura</strong> tipicamente angola<strong>na</strong>. De acor<strong>do</strong> com Mata, é sabi<strong>do</strong> que<br />

em sociedades emergentes, com um passa<strong>do</strong> colonial recente, a <strong>literatura</strong> é<br />

um veículo muito importante <strong>na</strong> construção da identidade literária. Isto é:<br />

por razões que têm a ver com a especificidade <strong>do</strong> processo libertário, a<br />

identidade literária tornou-se uma componente fundamental <strong>do</strong> cadinho da<br />

identidade que se pretende <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. (2007, p. 86)<br />

Os Novos Intelectuais de Angola tiveram algumas publicações, tais como, Antologia<br />

<strong>do</strong>s novos poetas de Angola (1950) e a revista Mensagem (1951-1952), entre outros. A revista<br />

Mensagem, organizada pela Associação <strong>do</strong>s Naturais de Angola (ANANGOLA), teve grande<br />

importância para a <strong>literatura</strong> angola<strong>na</strong>. Participavam dela Agostinho Neto, Viriato da Cruz,<br />

Mário Pinto de Andrade e outros autores. Outra revista que teve uma boa aceitação nesse<br />

perío<strong>do</strong> foi a Cultura (1957-1961), não mais organizada pela ANANGOLA, pois essa foi<br />

fechada por divergências políticas. Escritores bem reconheci<strong>do</strong>s faziam parte de sua<br />

elaboração, alguns já cita<strong>do</strong>s, como Viriato e Agostinho e mais outros, a exemplo de<br />

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