VJ JUN 2011.p65 - Visão Judaica
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TV síria divulgou no<br />
domingo, dia 5 de junho<br />
que 23 pessoas<br />
foram mortas e cerca<br />
de 350 teriam sido<br />
feridas ao longo da<br />
fronteira da Síria com Israel<br />
nas Colinas de Golan, perto da<br />
vila de Majdal Shams, supostamente<br />
pelo fogo das Forças de Defesa de<br />
Israel (FDI). Porta-voz das FDI disse<br />
que as únicas informações que tinha<br />
sobre as mortes na fronteira eram as<br />
relatadas pelas fontes sírias e, portanto,<br />
não poderia confirmar o número<br />
de pessoas mortas, se é que houve<br />
alguma morte, pois é provável que<br />
tudo seja parte da propaganda antiisraelense.<br />
Após várias horas de confrontos, as<br />
FDI permitiram o acesso das equipes<br />
da Cruz Vermelha equipes à área da<br />
fronteira com a Síria, a fim de evacuar<br />
os manifestantes feridos, informou o<br />
Canal 10 da televisão israelense.<br />
Dois homens armados foram identificados<br />
perto da cerca na fronteira<br />
em Kuneitra, do lado sírio da fronteira,<br />
declarou o porta-voz das FDI ao<br />
jornal The Jerusalem Post na tarde do<br />
mesmo domingo.<br />
Mas não houve informações oficiais<br />
posteriores sobre as identidades<br />
dos atiradores, ou sobre sua proximidade<br />
em relação à fronteira, mas um<br />
oficial de segurança sugeriu que os<br />
homens poderiam ser policiais ou<br />
membros das forças do exército sírio.<br />
Antes de marcar os dois homens<br />
armados, segundo a porta-voz das FDI,<br />
cerca de 150 pessoas conseguiram<br />
atravessar o lado sírio da cerca, entrando<br />
em uma zona minada entre as duas<br />
cercas na área de Majdal Shams.<br />
“Emitimos alertas por alto-falantes<br />
para que eles parassem de avançar.<br />
Quando constatamos que os alertas<br />
Outra tentativa de invadir Israel<br />
manipulada pela Síria foi frustrada<br />
Agora inventaram mais uma, o Dia da Naksa, novo embuste para enganar os incautos<br />
foram ignorados e eles continuavam<br />
a avançar, disparamos tiros de advertência<br />
para o ar”, explicou a porta-voz<br />
das FDI ao The Jerusalem Post.<br />
Quando os manifestantes-invasores<br />
continuaram se aproximando da<br />
cerca do lado de Israel, disse a portavoz,<br />
tiros foram disparados contra as<br />
pernas deles. “Sabemos de 12 feridos”,<br />
acrescentou.<br />
Mais tarde, outra manifestação<br />
foi observada na fronteira com a Síria<br />
em Kuneitra, onde, desta vez, entre<br />
200 e 300 pessoas se reuniram. O<br />
exército israelense informou que não<br />
houve tentativa de cruzar a fronteira<br />
nesse evento, e nenhuma morte ou<br />
ferido foram registrados.<br />
As advertências do exército de Israel<br />
foram feitas em língua árabe<br />
através de alto-falantes ao longo da<br />
fronteira, alertando para que ninguém<br />
se aproximasse da cerca, pois caso<br />
contrário, seria morto.<br />
A televisão síria — o canal 2 — também<br />
reportou que os manifestantes tentavam<br />
romper a cerca em vários pontos<br />
nas Colinas de Golan, durante seu<br />
noticiário captado em Israel.<br />
Na manhã do domingo, 5/6, data<br />
do começo da Guerra dos Seis Dias<br />
em 1967, o primeiro-ministro Binyamin<br />
Netanyahu alertou que existem<br />
“elementos radicais que estão procurando<br />
violar as fronteiras [de Israel]<br />
para marcar o aniversário do início da<br />
Guerra dos Seis Dias”, falando na reunião<br />
semanal de seu gabinete. “Nós<br />
não permitiremos que eles façam<br />
isso”, frisou.<br />
Netanyahu acrescentou que as<br />
forças de segurança agiriam “com firmeza,<br />
mas com moderação”.<br />
As forças da Polícia e do Exército<br />
permaneceram em alerta máximo e<br />
reforçaram sua presença em vários<br />
pontos das fronteiras de Israel ante-<br />
cipando-se às marchas programadas<br />
pelos sírios para domingo na fronteira<br />
para “recordar” o que denominaram<br />
de Naksa ou “retrocesso” em<br />
1967 na Guerra dos Seis Dias. Uma<br />
ampla campanha na internet inventou<br />
mais essa farsa do Dia da Naksa<br />
para tentar convencer árabes a protestar<br />
na Cisjordânia e em Jerusalém,<br />
e invadir o terreno através das fronteiras<br />
de Israel com a Síria, com Líbano<br />
e com a Jordânia, além de programar<br />
protestos em frente às embaixadas<br />
de Israel no Cairo e em Amã.<br />
Afora o incidente na fronteira em<br />
Golan todas as demais ações planejadas<br />
para obter mártires e exibir a<br />
‘maldade’ de Israel ao mundo ocidental,<br />
numa manipulação orquestrada<br />
pelo governo sírio com apoio dos palestinos,<br />
para desviar as atenções do<br />
ocidente ao massacre do povo sírio<br />
pelo seu governo, redundaram num<br />
fisco total.<br />
Enquanto isso, o regime de Bashar<br />
Assad, o sanguinário ditador de Damasco,<br />
continua a matar o povo sírio,<br />
atacando-o em todas as cidades onde<br />
há protestos a favor da democracia e<br />
da liberdade. O número de mortos sírios,<br />
1.200 em sua grande maioria de<br />
civis, já ultrapassou, inclusive, o total<br />
correto de mortos em Gaza por Israel<br />
durante a Operação Chumbo Derretido<br />
no final de 2008 e início de 2009, que<br />
foi de 1.100, dos quais a esmagadora<br />
maioria era composta de terroristas e<br />
membros das forças de segurança do<br />
Hamas. No entanto, surpreendentemente,<br />
ao contrário do que ocorreu em<br />
Gaza, a mesma gritaria geral testemunhada<br />
quando da ocasião do ataque<br />
defensivo contra oito anos interruptos<br />
de lançamentos por parte do Hamas,<br />
de mísseis e foguetes explosivos contra<br />
a população civil israelense, residente<br />
nas cidades do Sul do país, não<br />
se repetiu desta vez.<br />
VISÃO JUDAICA junho de 2011 Sivan / Tamuz 5771<br />
A única manifestação registrada,<br />
sem grandes alardes, foi o fato de um<br />
grupo de países europeus ter apresentado<br />
dia 8/6 ao Conselho de Segurança<br />
da ONU uma nova proposta de resolução<br />
que condena a repressão do<br />
governo da Síria às manifestações<br />
pró-democracia.<br />
O texto, apresentado pelo Reino<br />
Unido, França, Alemanha e Portugal<br />
em uma reunião a portas fechadas,<br />
em Nova York, foi uma nova versão<br />
da proposta anterior que não havia<br />
sido analisada. A proposta de resolução<br />
condena as violações sistemáticas<br />
dos direitos humanos na Síria,<br />
pede o fim imediato da violência e o<br />
fim do cerco das forças de segurança<br />
do governo a diversas cidades do<br />
país, permitindo a entrada de ajuda<br />
humanitária. Diferentemente da posição<br />
adotada em relação à Líbia, porém,<br />
a proposta não autoriza qualquer<br />
tipo de ação concreta contra o governo<br />
sírio. A linguagem da nova versão<br />
apresentada no dia 8/6 foi modificada<br />
para conquistar o apoio de outros<br />
membros do Conselho de Segurança<br />
até então contrários à resolução para<br />
proteger a ditadura síria.<br />
Membros do Reform Party of Syria,<br />
que faz oposição ao regime de Assad<br />
informaram que os manifestantes sírios<br />
dos distúrbios de 5/6 na fronteira<br />
de Israel, eram agricultores de Majdal<br />
Shams, pagos pelo regime de Bashar<br />
Assad. A intenção de Assad, seria desviar<br />
à atenção do massacre que este<br />
promove contra a população na Síria.<br />
Os opositores sírios informaram<br />
que foi prometido a cada agricultor<br />
que aparecesse na tentativa de romper<br />
a cerca o valor de 1.000 dólares,<br />
e caso algum fosse morto a família<br />
receberia 10.000 dólares. Valores bastante<br />
altos, já que os agricultores têm<br />
renda mensal aproximada de 200 dólares,<br />
segundo o site Ynetnews.<br />
Guarda iraniano que virou espião dos EUA diz que Teerã quer atacar Israel<br />
Dudi Cohen *<br />
Um ex-combatente islâmico do Irã, pertencente<br />
ao Corpo da Guarda Revolucionária<br />
(IRGC) e que virou espião dos EUA, ofereceu<br />
um raro olhar sobre um dos países mais<br />
complexos do Oriente Médio.<br />
Durante uma conferência realizada no<br />
Washington Institute for Near East Policy<br />
(Instituto Washington para a Política do<br />
Oriente Próximo) em 9/6, Reza Kahlili (um<br />
pseudônimo) estimou que o Irã termine por<br />
atacar Israel, a Europa e os Estados do Golfo<br />
Pérsico. Ele defende um ataque preventivo<br />
contra o regime de Teerã, mas não sobre o<br />
povo iraniano ou a infra-estrutura do país.<br />
Kahlili acusou a Administração Obama<br />
de ser ingênua. Segundo ele, as aberturas<br />
dos americanos são vistas pelo regime iraniano<br />
como um sinal de fraqueza, enquanto<br />
o povo iraniano considera os esforços para<br />
envolver o regime em um ato de traição contra<br />
a sua luta pela liberdade.<br />
“Este é um regime messiânico. Não deve<br />
haver nenhuma dúvida - eles estão pretendendo<br />
cometer o atentado suicida mais horrível<br />
na história da humanidade. Eles vão atacar<br />
Israel, as capitais europeias, e a região<br />
do Golfo Pérsico, ao mesmo tempo”, disse<br />
Kahlili numa de suas primeiras aparições<br />
públicas para promover seu novo livro “A<br />
Time To Betray: The Astonishing Double Life<br />
of a CIA Agent inside the Revolutionary<br />
Guards of Iran” (“Tempo de Traição: A surpreendente<br />
Vida Dupla de um Agente da CIA<br />
dentro da Guarda Revolucionária do Irã”).<br />
Kahlili disse que se juntou à Guarda Revolucionária<br />
na sequência da revolução islâmica<br />
de 1979, mas que se ofereceu para trabalhar<br />
para a CIA, quando ele se desiludiu com o regime<br />
de Khomeini após ter testemunhado atos<br />
de violação, tortura e assassinato.<br />
* Dudi Cohen é jornalista e escreve para o Yediot Acharonot, em Israel.<br />
15<br />
Kahlili chegou à conferência usando uma<br />
máscara cirúrgica, óculos escuros e um boné<br />
de baseball para esconder sua identidade.<br />
Ainda por causa da preocupação por sua segurança,<br />
bem como da sua família dentro do<br />
Irã, sua voz também foi disfarçada.<br />
Durante 10 anos, sob o codinome<br />
“Wally”, ele transmitiu as operações secretas<br />
da IRGC para a inteligência americana e<br />
acabou por fugir para os Estados Unidos. No<br />
rescaldo do 11/9, entretanto Kahlili restabeleceu<br />
contato com suas fontes no Irã e mais<br />
uma vez começou a prestar informações à<br />
CIA, segundo o Instituto Washington.