Painéis A reforma educativa da Irlanda e A - Câmara dos Deputados

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL
Nome: Comissão de Educação e Cultura
Número: 1156/07 Data: 13/08/2007
Outra característica que o sistema educacional chileno apresenta — algo que
aparece relativamente menos, inclusive nessa análise que vemos — é a
segmentação. Há um sistema técnico e um sistema de educação geral.
Vemos na imagem que está representado em azul o sistema de educação
geral, que eu chamo de científica e humanística. Em vermelho, o
técnico-profissional. Em marrom, estão representados os alunos que deveriam estar
no ensino médio e estão fora do sistema. Menos de 10% dos alunos estão fora do
sistema ainda.
O sistema é dividido ao meio. Já foi mencionada em várias das
apresentações essa questão da separação, no ensino médio, entre o ensino técnico
e o acadêmico. O Chile tem essa divisão, que existe há muito tempo. É uma
estratificação claramente marcada: os filhos de classe média vão para os cursos
acadêmicos, que levam à universidade; os filhos de classes mais pobres vão para o
ensino técnico, profissional, que não leva à universidade, supostamente os prepara
para o mercado de trabalho.
Esse sistema tem sido objeto de alguma tentativa de reforma. No passado
havia enorme quantidade de cursos técnicos de qualquer tipo. Toda avaliação que
se fazia era extremamente negativa a respeito disso, porque, na verdade, acabava
não sendo de fato um sistema de formação técnica, era uma espécie de sistema de
formação de segunda classe para as classes sociais menos favorecidas.
Houve uma tentativa de se definirem melhor os conteúdos. Há projetos no
sentido de que se faça uma associação mais forte entre a educação técnica, as
escolas técnicas e o setor empresarial. Em alguns casos, o próprio setor empresarial
assumiu a responsabilidade.
Pelo que já li e vi, esse assunto não está sendo muito discutido no Chile. Há
cursos desse tipo que são muito bons, mas são a minoria. É como aquele problema
que foi discutido no caso da Coréia, no caso da Irlanda, o do tracking. Criam-se 2
caminhos, e quem entrar por um deles não tem saída, vai ficar ali, não tem
possibilidade de voltar para o outro. Esse é um tema importante, que existe ainda no
Chile, e eu diria que não tem sido objeto da discussão que eu esperava que
houvesse neste momento.
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