Painéis A reforma educativa da Irlanda e A - Câmara dos Deputados

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL Nome: Comissão de Educação e Cultura Número: 1156/07 Data: 13/08/2007 que não necessariamente ocorre em áreas mais ricas. Há instituições que permitem aos pais comprarem esse tipo de facilidade educacional para suas crianças de 2, 3 ou 4 anos, mas em áreas mais pobres existem pré-escolas subsidiadas pelo governo. Então, para crianças de 4 a 8 anos, o tamanho da sala de aula é menor em áreas mais pobres para tentar minimizar os históricos, talvez, de desvantagem desses alunos em relação à situação que têm em casa. Temos também projetos que encorajam o envolvimento dos pais. Isso possibilita esquemas de ligação muito forte com as escolas, especialmente nessas áreas mais carentes, entre os alunos, os trabalhadores e os assistentes sociais. Igualmente, há muitos investimentos para a permanência dos alunos na escola, porque são áreas onde temos a taxa de desistência mais alta. Há, portanto, toda uma gama de questões. É uma área em que estive muito envolvida profissionalmente, por meio da minha universidade. Trabalhamos com esses projetos na cidade onde moro e trabalho. Consigo ver certa variação em relação ao sucesso dessas ações. Alguns fracassam até certo ponto, mas são projetos de alto risco, porque estamos tentando abordagens diferentes. Algumas funcionam; outras não. Temos que ser honestos com o que não funciona e retirar recursos desses projetos. Não é uma tarefa fácil, porque ninguém gosta de perder recursos, mesmo que não consiga mostrar resultados. Então, existem investimentos consideráveis também em universidades. Houve uma melhoria muito grande. Ainda existem desigualdades nas taxas de participação de crianças de famílias mais pobres, mas essas desigualdades são muito menores do que eram há 20 anos, 10 anos, até mesmo 5 anos. Então, existe suporte financeiro em todos os níveis, especialmente no âmbito da universidade. Ninguém paga universidades na Irlanda, nem matrícula ou mensalidade. Além de não pagarem mensalidades, os estudantes de famílias mais pobres recebem apoio e empréstimos e há permissão para utilização desses recursos para que também ajudem suas famílias, tal como se estivessem trabalhando. Portanto, muito dinheiro está sendo investido com algum sucesso e há melhorias visíveis a cada ano. Mas, como eu já disse, é um processo lento, leva algum tempo. 44
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL Nome: Comissão de Educação e Cultura Número: 1156/07 Data: 13/08/2007 É claro que novos desafios continuam a surgir. Por exemplo: crianças imigrantes que não têm o inglês como primeira língua, cujos pais têm pouca educação. É uma desafio permanente para nós. A terceira questão, em relação à estrutura de gestão de nossas escolas. Eu entendo a dificuldade de se compreender isso, porque é um sistema bastante diferente. Embora as escolas sejam particulares, eu uso essa frase porque a maioria, 98% delas, são das igrejas, mesmo assim são as únicas escolas no sistema, basicamente. Então, elas têm fundos públicos, mas elas têm donos particulares, elas não podem cobrar mensalidades. Dessa forma, não temos um sistema de educação primária que pague mensalidades. A parte boa é que não temos um sistema de dois níveis, assim como outros países. Mas é claro que temos um sistema de segregação geográfica. Se uma área tem guetos, habitação pública, teremos famílias mais pobres naquela escola. Mas eu consigo entender que os alunos não pagam, os pais não pagam. Penso que o motivo da tradição da igreja é uma tradição de voluntariado e de arrecadação de fundos voluntária. Então, o Estado não paga tanto per capita quanto vocês fariam em outros países, simplesmente porque nós, como pais, sempre estivemos acostumados a arrecadação de fundos. Usamos a arrecadação de fundos para nossas igrejas tradicionalmente. Essa é uma questão crescente, porque nem todas as escolas são das igrejas e há poucas pessoas envolvidas na religião e cada vez mais as escolas são dirigidas e geridas pelos pais. E ainda precisam levantar partes dos fundos. Então, não são tão entusiasmadas ao fazer isso. Se tivessem num sistema municipal pagariam algo. Não temos um sistema municipal, por isso não pagamos taxas como outros sistemas, mas acima de tudo nenhum aluno ou pai precisa pagar mensalidades nem nas escolas privadas, nem nas escolas públicas, nem na universidade. Não existe um sistema de pagamento de mensalidades. Então, o dinheiro não é um divisor em nosso sistema educacional. A questão da reforma curricular e a participação dos alunos. Eu penso que é uma excelente pergunta. Cada vez mais o Ministério envolve diretamente os alunos, mesmo alunos da escola primária. As suas opiniões estão sendo ouvidas. Nos 45
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