Painéis A reforma educativa da Irlanda e A - Câmara dos Deputados

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL
Nome: Comissão de Educação e Cultura
Número: 1156/07 Data: 13/08/2007
exemplo muito interessante — é construir uma comunidade de especialistas em
educação. Eles vão trabalhar, vão desenvolver um consenso sobre o que é e o que
não possível fazer, em razão do conhecimento que se tem no país, da experiência
de outros, experiências fracassadas ou bem-sucedidas. E tudo isso deve ser
comunicado à sociedade, quer seja pela imprensa, quer seja por intermédio do
congresso, mas que seja discutido com a sociedade, que todos compartilhem desse
consenso, que deve ser reformado permanentemente. Esse é o processo que nós
queremos.
No regime democrático, os Governos são trocados a cada 4 ou 5 anos — e é
bom que não sejam sempre os mesmos, até porque eles se desgastam. Então, se
esse processo não for totalmente implantado no novo Governo, que essa não seja
uma política de terra arrasada. Muitas vezes, tudo o que foi feito é jogado fora e
começa-se novamente o trabalho quando há troca de Governo. Como se pode fazer
para evitar essa prática ruim? Com um grupo de pessoas, no caso, educadores e
especialistas que estão nos Ministérios, nas Secretarias e nos Centros de Pesquisa,
que desenvolvem certo consenso sobre o que fazer, quais as boas práticas, as boas
maneiras para se trabalhar e como tudo tem de se desenvolver. A constituição
dessa comunidade de competência na área de educação é o fundamental eixo a
partir do qual as coisas podem ser feitas.
Hoje, pela manhã, vimos como age a Coréia. Lá, segundo ouvimos, resolveu-
se fazer e foi feito. Aqui no Brasil também resolvemos fazer, mas, na maioria das
vezes, não é feito. Por trás disso, há a necessidade de formação de pessoal, de
criação de institutos e do desenvolvimento de área de pesquisa e de competência
para tanto.
Perguntaram ainda se são avaliados apenas os resultados, se não se deveria
avaliar também as condições de trabalho, pensando mais no ensino superior,
assunto que não estamos discutindo hoje. São coisas completamente diferentes.
Quero saber se o aluno sabe a língua que ele precisa saber. O mundo
moderno exige que a criança saiba não apenas soletrar e ler, mas entender o que
leu; não apenas fazer uma conta, mas saber como utilizar a Matemática. E claro que
interessa saber porque o aluno sabe ou mais ou sabe menos. É bom saber que tal
escola recebe alunos tão bons que, qualquer coisa que faça, os alunos se dão bem;
48