Painéis A reforma educativa da Irlanda e A - Câmara dos Deputados
Painéis A reforma educativa da Irlanda e A - Câmara dos Deputados
Painéis A reforma educativa da Irlanda e A - Câmara dos Deputados
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />
Nome: Comissão de Educação e Cultura<br />
Número: 1156/07 Data: 13/08/2007<br />
Às vezes, burocratizava-se um aprendizado sem qualquer conteúdo. Isso gerou uma<br />
reação: muitas vezes se pensava em se fazer algo mais criativo, mais centrado no<br />
aluno, <strong>da</strong>ndo ao professor mais liber<strong>da</strong>de para educar como achasse mais<br />
conveniente. Esse foi um importante movimento.<br />
Contudo, se o professor não é bem formado, se o aluno não tem nenhum<br />
background educacional e se o currículo não é definido, vai-se a outro extremo: o<br />
aluno não aprende na<strong>da</strong>. O movimento gera, então, o sentido contrário.<br />
Hoje em dia, a tendência internacional — e as pessoas que estu<strong>da</strong>m no Chile<br />
têm muita clareza sobre isso — é voltar a reforçar o currículo. Ninguém defende a<br />
volta do ensino autoritário de 50 anos atrás, mas a idéia é o aluno ter muito mais<br />
definido o que tem de aprender, e o conteúdo tem de ser de nível mais elevado.<br />
Eu ia mostrar uma tabela, mas o PowerPoint não funciona.<br />
Qual é a proposta deles? Por exemplo, na área <strong>da</strong> linguagem, em vez de o<br />
aluno simplesmente analisar uma frase, ele terá de interpretar o conteúdo de um<br />
texto, terá de ser capaz de ler e, depois, ir mais adiante, entender o texto, dizer do<br />
que se trata.<br />
Antigamente, na História e nas Ciências Sociais, tinha-se de decorar o nome<br />
<strong>da</strong>s capitais, o nome <strong>dos</strong> reis, a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong>s batalhas, ou seja, decoravam-se <strong>da</strong>tas e<br />
fatos, mas não se sabia do que se tratava. Isso nos levou a outro extremo: agora se<br />
fala sobre processos históricos, lutas de classe, escravidão, dependência, economia,<br />
e ninguém sabe quem foi D. Pedro I, D. Pedro II, ou quando foi proclama<strong>da</strong> a<br />
República. Agora o objetivo é saber quais são as <strong>da</strong>tas e os fatos importantes e<br />
aprender a interpretá-los, sabendo que pode haver uma série de tipos de<br />
interpretação. Não se trata apenas de doutrinar o aluno e dizer qual a interpretação<br />
correta, e sim capacitá-lo, para que ele possa posicionar diante de em leque de<br />
alternativas.<br />
Na matemática, em vez de o aluno aprender a calcular os algoritmos ou<br />
realizar uma conta de dividir com 3 decimais, ele aprende a raciocinar um problema<br />
matemático, para resolvê-lo. Nas Artes, em vez de o aluno aprender a desenhar,<br />
aprende sobre História <strong>da</strong> Arte. A preocupação é avançar na definição <strong>dos</strong> currículos<br />
mínimos e fazer algo mais próximo entre o que o aluno tem que aprender e o<br />
sistema de avaliação.<br />
30