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COIvl - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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tura. Mas para que se possam interpretar os sistemas <strong>de</strong> ações como siste-<br />

mas <strong>de</strong> signos é mister que os sistemas isolados <strong>de</strong> signos se insiram no<br />

contexto global dos sistemas <strong>de</strong> ações; cada um <strong>de</strong>les como um dos capítu-<br />

los (nunca <strong>de</strong> per sf o mais importante e resoluto) da práxis como comu-<br />

nicação."(4)<br />

O que parece ficar daro, a partir <strong>de</strong> tudo isso, é o fato <strong>de</strong> que cada<br />

vez mais as pesquisas nas áreas <strong>de</strong> ciências humanas se dâb conta <strong>de</strong> que os<br />

produtos <strong>de</strong> fazer humano, os comportamentos que enformam esse fazer,<br />

as relações sociais nas quais ele se articula po<strong>de</strong>m ser vistos sub species co-<br />

municationis, tornando-se difícil, senão impossível, falar-se em produçâfo<br />

cultural e processos sociais <strong>de</strong>ssa produção sem se recorrer à problemática<br />

da comunicação.<br />

COMUNICAÇÃO E CONSCIÊNCIA DE LINGUAGEM<br />

Ora, os processos <strong>de</strong> comunicação só se engendram como tais porque<br />

ancorados e enfermados em sistemas <strong>de</strong> linguagem. É a práxis humana<br />

que, <strong>de</strong>senvolvendo meios <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> linguagem cada vez mais com-<br />

plexos, <strong>de</strong>senvolve simultaneamente vias <strong>de</strong> extrojeção da capacida<strong>de</strong> hu-<br />

mana para a criação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> cultura, intercâmbio <strong>de</strong> mensagens e<br />

transmissão <strong>de</strong> seu patrimônio cultural.<br />

Partindo <strong>de</strong>sse pressuposto <strong>de</strong> que toda cultura é comunicação e consi-<br />

<strong>de</strong>rando os diversos gêneros <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> humana presentes na cultura co-<br />

mo outros tantos sistemas <strong>de</strong> comunicação, "Hall i<strong>de</strong>ntificou <strong>de</strong>z sistemas<br />

primários <strong>de</strong> mensagem: interação, associação, subsistência, bissexualida-<br />

<strong>de</strong>, territorialida<strong>de</strong>, temporalida<strong>de</strong>, aprendizagem, diversão, <strong>de</strong>fesa e usu-<br />

fruto (uso <strong>de</strong> materi3is)."(5) O que cumpre, porém, reter <strong>de</strong>ssa classifica-<br />

ção é o fato <strong>de</strong> que só o primeiro sistema inclui a dominância da lingua-<br />

gem verbal, enquanto os outros constituem outras tantas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

comunicação. Nessa medida, a cultura não aparece como um bloco unitá-<br />

rio e unidimensional, mas como uma re<strong>de</strong> inextricável <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s com-<br />

plexamente interrclacionadas, ativida<strong>de</strong>s estas que se caracterizam cons-<br />

tantemente pelo aspecto comunicativo o qual, por sua vez, transcen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

muito os limites do universo da palavra e da linaguagem verbal.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento crescente da Semiótica e Semiologia, aliás, vem ca-<br />

da vez mais <strong>de</strong>spertando a consciência <strong>de</strong> que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros tempos<br />

<strong>de</strong> sua existência histórica os homens não têm se comunicado apenas com<br />

palavras, mas que sempre foram buscados outros sistemas <strong>de</strong> signo para a<br />

comunicação. Com isso, ficamos advertidos <strong>de</strong> que, em realida<strong>de</strong>, há a lin-<br />

guagem verbal, mas há também outras linguagens não verbais, das quais<br />

po<strong>de</strong>mos encontrar inúmeros exemplos na história da civilização <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

pré-história, como nos <strong>de</strong>monstram as pinturas nas cavernas <strong>de</strong> Altamira.<br />

Compreen<strong>de</strong>-se também paralelamente que "junto a culturas baseadas<br />

predominantemente na comunicação verbal e sobretudo escrita (que ad-<br />

quiriu com a invenção da imprensa uma força extraordinária <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvol-<br />

vimento e difusão), existiram sempre as culturas não dotadas <strong>de</strong> escritura e<br />

vinculadas à visão." (6) Assim também, "a comunicação à distância <strong>de</strong><br />

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