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COIvl - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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Ora, por que a crítica â RP não v3 aí, também, um ponto <strong>de</strong> atuação? Por que náfo se<br />

pensa numa RP contramão atuando também sobre as necessida<strong>de</strong>s subjetivas dos traba-<br />

lhadores? Este aspecto po<strong>de</strong>rá ser mais discutido, e, com base em estudos <strong>de</strong>sta nature-<br />

za se po<strong>de</strong>ria imaginar novas perspectivas para as R^ sem que estas precisassem levar<br />

necessariamente â ocultação da situação <strong>de</strong> trabalho e da condição do assalariado na<br />

socieda<strong>de</strong> atual.<br />

UTILIZAÇÃO POLÍTICA DO RADIO<br />

Luiz Fernando San toro<br />

(Bassets, Leuís (ed). — De Ias ondas rojas a Ias radies libres, textos para história <strong>de</strong><br />

Ia radio. Barcelona, Editorial Gustavo Gili, 1981)<br />

Esta antologia incorpora textos marcantes sobre a radiodifusão, como 'Teoria do<br />

Rádio", <strong>de</strong> Brecht; "Aqui a voz da Argélia", <strong>de</strong> F. Fanon; "As rádios livres populares",<br />

<strong>de</strong> Felix Guattari; "Homenagem ao Rádio", <strong>de</strong> Boris Vian; "Uma nova era na liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> expressão", <strong>de</strong> Umberto Eoo; entre outros, com o objetivo <strong>de</strong> discutir a utilização<br />

do rádio às margens do sistema comunicaíivo controlado pelo Estado. Além <strong>de</strong> textos<br />

já clássicos, como alguns dos citados, e que dão uma visão histórica <strong>de</strong> certas experiên-<br />

cias radiofônicas, o livro apresenta em sua segunda parta, textos sobre o fenômeno das<br />

rádios-!ivres. Tais trabalhos nos parecem particularmente interessantes pela escassez <strong>de</strong><br />

material sobre o assunto em língua espanhola ou portuguesa. O autor tem o mérito <strong>de</strong><br />

reunir, sem dúvida, as melhores analisas e testemunhoo da chamada "Revolução Radio-<br />

fônica dos anos 70", <strong>de</strong>s<strong>de</strong> suas origens, a partir das rádios piratas do Mar do Norte na<br />

década <strong>de</strong> 60, até o irreverente movimento das rádios-livres italianas e francesas. Com-<br />

pletam o volume uma cronologia sobre a história das rádios-livres e locais européias e<br />

uma bibliografia sobre os temas: 'Teorias Alternativas <strong>de</strong> Comunicação", "Descentrali-<br />

zação Radiofônica", "Normas Jurídicas" e "Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Emissão".<br />

O livro <strong>de</strong> Bassets procura suprir uma lacuna <strong>de</strong>ixada pelos trabalhos sobre as rá-<br />

dios-livres: a sua não-colocação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva da História do Rádio. Limi-<br />

tam-se, em sua maior parte, a <strong>de</strong>screver a atuação individual, a falar sobre as experiên-<br />

cias <strong>de</strong> cada emissora, analisando-as, quando muito, em seu contexto específico <strong>de</strong><br />

atuação, faltando assim uma visão mais ampla sobre as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong><br />

forma alternativa na área radiofônica. Afinal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu início, o rádio foi encarado<br />

como um meio <strong>de</strong> comunicação que po<strong>de</strong>ria estar voltado para os interesses populares.<br />

Brecht, por exemplo, escreveu sua 'Teoria do Rádio" entre 1927 a 1932, tomando co-<br />

mo referência o movimento das rádios operárias na República <strong>de</strong> Weimar em 1918-<br />

1919. Em realida<strong>de</strong>, o uso alternativo do rádio sempre acompanhou sua história e não<br />

apenas no contexto europeu. Clau<strong>de</strong> Collin, em extenso artigo publicado na revistai<br />

"L'Homme et Ia Société" (números 47 a 50, em 1978) <strong>de</strong> título "La radio est une<br />

bonne chose" faz uma análise mais exaustiva <strong>de</strong>ssas experiências às margens do sistema<br />

oficial radiofônico, consi<strong>de</strong>rando inclusive a América Latina — sem contudo <strong>de</strong>screvê-<br />

las <strong>de</strong>talhadamente. Collin apresenta o rádio como um instrumento utilizado e incor<br />

porado por movimenots sociais <strong>de</strong> libertação em diversas partes do mundo. Os textos<br />

reunidos por Bassets são um excelente complemento ao artigo <strong>de</strong> Collin — a nosso en-<br />

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