2 – Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho (ditado ... - Portal Luz Espírita
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20 <strong>–</strong> <strong>Vera</strong> <strong>Lúcia</strong> <strong>Marinzeck</strong> <strong>de</strong> <strong>Carvalho</strong> (<strong>ditado</strong> pelo Espírito: Patrícia)<br />
V<br />
Mudança<br />
No outro dia, <strong>de</strong> manhãzinha, vovó veio me buscar, acabou ajudandome.<br />
Colocamos meus pertences numa sacola <strong>de</strong> lona.<br />
— Agora vamos, Patrícia. Iremos <strong>de</strong>vagar, assim irá conhecendo a Colônia.<br />
— Não vou me <strong>de</strong>spedir <strong>de</strong> ninguém? Agra<strong>de</strong>cer?<br />
— Os amigos que cuidaram <strong>de</strong> você continuarão a vêla. Maurício<br />
continuará ajudandoa. Não necessita nem se <strong>de</strong>spedir nem agra<strong>de</strong>cer. Você irá<br />
gostar <strong>de</strong> minhas amigas, todas trabalham, vêm em casa somente algumas horas por<br />
dia. Estão nos esperando em casa para lhe dar as boasvindas. A nossa casa é<br />
também sua e quero que se sinta à vonta<strong>de</strong>. Ficará conosco até que inicie o curso<br />
que irá fazer. Neste curso, apren<strong>de</strong>rá como é ser e viver <strong>de</strong>sencarnado.<br />
Vovó me puxou pela mão, falava me animando. Olhei pela última vez o<br />
quarto e saímos. As palavras <strong>de</strong> papai soaram forte <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim: “Coragem, não<br />
entristeça, receba o que lhe oferecem com alegria.”<br />
Passamos por outro corredor e fomos à recepção. Fiquei encantada com um<br />
bonito quadro pintado a óleo, que enfeitava uma <strong>de</strong> suas pare<strong>de</strong>s. O artista retratou<br />
Jesus ensinando, procurou <strong>de</strong>screver a formosa cena do Sermão da Montanha. Vovó,<br />
pacientemente, por minutos, esperou que contemplasse o quadro. Saímos do prédio.<br />
O hospital tem várias entradas, ele é todo ro<strong>de</strong>ado por um bem cuidado jardim, com<br />
árvores frondosas e flores encantadoras.<br />
Chegamos à rua. As ruas são largas, arborizadas e limpas. Observei o céu,<br />
lindo <strong>de</strong> um tom <strong>de</strong> azul que não tenho palavras para comparar aos encarnados. Dei<br />
um longo suspiro. Sentime livre e pensei: se pu<strong>de</strong>sse, voaria; a sensação <strong>de</strong><br />
liberda<strong>de</strong> é muito forte.<br />
— Vovó, não posso ir voando? Parece que posso sair e voar.<br />
— Po<strong>de</strong>rá voar quando apren<strong>de</strong>r a volitar. Você encarnada se <strong>de</strong>sprendia do<br />
corpo, quando este dormia, e volitava. Você sabe, irá recordar. Ensinálaei outro<br />
dia.<br />
Por algumas vezes, puxei o ar com força. É <strong>de</strong>licioso respirar o ar puro,<br />
perfumado e leve.<br />
— Vovó, não é estranho estar respirando? Como a senhora disse, logo<br />
estarei volitando, voando, mas ao mesmo tempo respiro, sinto meu coração bater.<br />
— Não é tão estranho assim. Acredito, Patrícia, que você sabe muito mais<br />
do que eu. Quando encarnada não tive estudos, entendia pouquíssimo do Plano<br />
Espiritual. Agora, aqui, tenho estudado, aprendo com alegria. Você sabe que nós<br />
<strong>de</strong>sencarnadas, estamos revestidas pelo perispírito. (“A substância do perispírito