2 – Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho (ditado ... - Portal Luz Espírita
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64 <strong>–</strong> <strong>Vera</strong> <strong>Lúcia</strong> <strong>Marinzeck</strong> <strong>de</strong> <strong>Carvalho</strong> (<strong>ditado</strong> pelo Espírito: Patrícia)<br />
XVIII<br />
A história <strong>de</strong> Ramiro<br />
Ramiro nos escutava com atenção, então lhe perguntei:<br />
— E você, Ramiro, não quer falar um pouco <strong>de</strong> si? Escutar amigos é obter<br />
informações.<br />
— Até pouco tempo envergonhavame <strong>de</strong> falar <strong>de</strong> minha vida encarnada,<br />
da minha <strong>de</strong>sencarnação. Depois, aprendi que todos nós temos nossas histórias e que<br />
aqui na Colônia não há críticas e, sim, ajudas. Tem razão, Patrícia, escutar amigos é<br />
receber preciosas lições. Minha <strong>de</strong>sencarnação foi bem triste. Por que a maioria das<br />
<strong>de</strong>sencarnações é triste?<br />
Fezse silêncio <strong>de</strong> minutos. Realmente, pensei. De quase todos aqui,<br />
escutei: “Minha <strong>de</strong>sencarnação foi triste... ou sofri muito na minha <strong>de</strong>sencarnação...”<br />
Foi Maurício quem respon<strong>de</strong>u:<br />
— Porque a maioria não pensa na <strong>de</strong>sencarnação para si, não se prepara<br />
para a continuação da vida. Vivem encarnados como se fosse seu objetivo maior,<br />
amam mais a matéria que as verda<strong>de</strong>s espirituais. Não amam o verda<strong>de</strong>iro e, sim, as<br />
ilusões da carne e a elas ficam presos. Desesperam ao <strong>de</strong>ixar o corpo físico<br />
perecível, esquecem que este veículo físico é temporário. Não vivem <strong>de</strong><br />
conformida<strong>de</strong> com os exemplos <strong>de</strong> Jesus, temem a morte do corpo. Assim sendo, a<br />
<strong>de</strong>sencarnação é triste e dolorida. Mas os bons, os que encarnados serviram ao Pai,<br />
viveram os ensinos <strong>de</strong> Jesus, nada temem e a <strong>de</strong>sencarnação é uma alegria.<br />
Maurício quietou e olhamos para Ramiro, convidandoo a continuar<br />
narrando. Nosso amigo não se fez <strong>de</strong> rogado.<br />
— Desencarnei jovem. Tomava drogas, não era ainda um <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, eu<br />
pensava não ser. Iludimonos muito ao fazer uso <strong>de</strong> drogas, achamos que paramos<br />
quando queremos, mas ao tentarmos nos libertar é que compreen<strong>de</strong>mos o quanto<br />
estamos presos a elas. Comecei com maconha e passei à cocaína. Minha família não<br />
sabia, não soube. Não tinha motivos para justificar meu envolvimento com as<br />
drogas. Agora, tenho certeza que não há motivos que justifiquem esta loucura.<br />
Comecei quando namorei uma garota muito bonita e cobiçada pelos rapazes da<br />
escola. Ela e sua turma fumavam e me induziram a fumar maconha. Com medo<br />
idiota <strong>de</strong> ser tachado <strong>de</strong> bobo, imaturo, etc., passei a fumar. Terminei o namoro mas<br />
fiquei na turma. Numa corrida, num “racha” com uma moto emprestada, tive um<br />
aci<strong>de</strong>nte. Caí da moto e bati com a cabeça numa pedra. Meu corpo morreu na hora.<br />
Fiquei muito perturbado. Vaguei por entre os familiares e com os amigos da turma.<br />
Os membros da minha turma <strong>de</strong>ram uma parada com as drogas, temeram com a<br />
minha <strong>de</strong>sencarnação. Alguns dias <strong>de</strong>pois que <strong>de</strong>sencarnei comecei a sentir falta da