82 <strong>–</strong> <strong>Vera</strong> <strong>Lúcia</strong> <strong>Marinzeck</strong> <strong>de</strong> <strong>Carvalho</strong> (<strong>ditado</strong> pelo Espírito: Patrícia) Na ala direita nos fundos, estão as moradias <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seus trabalhadores. As enfermarias são salas gran<strong>de</strong>s com banheiros e bem ajeitadas, não são todas do mesmo tamanho, umas são maiores, outras menores. Existem enfermarias masculinas e femininas. Após a recepção, há o Salão da Oração ou Prece, on<strong>de</strong> internos oram in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da religião que tiveram quando encarnados. Neste Salão há somente ca<strong>de</strong>iras confortáveis, suas pare<strong>de</strong>s são brancas e sem adornos. Na frente há uma parte mais alta, on<strong>de</strong>, em certas horas do dia, orientadores fazem oração em voz alta. Muitos internos imaginam nesta parte mais alta, <strong>de</strong>z centímetros, altares, imagens, oratórios, etc., que gostam e on<strong>de</strong> costumavam orar. Neste Salão há uma quantida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluidos salutares, beneficiando os que oram. Na frente do Salão <strong>de</strong> Orações, há uma pequena biblioteca que os internos livros doutrinários, O Evangelho para os que querem ler. Infelizmente são muitos os que estão internos e o tempo <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>les mesmos. Segui Maurício que ia explicando o que tinha em cada ala. Entramos numa enfermaria. Estava em zunzunzum. Conversavam entre si. Quando entramos, todos se calaram e olharam amorosamente para ele. Com carinho e atenção, foi <strong>de</strong> leito em leito. Conversava, sorria, animava e esclarecia. Fiquei ao seu lado só observando. Quando saímos da primeira enfermaria, indaguei. — Por que pararam <strong>de</strong> conversar com a sua chegada? — Talvez porque sabem que lhes dou atenção e carinho. Por que você não tenta me ajudar? — Vou tentar. Maurício, o hospital recebe muitas visitas? — O hospital recebe visitas <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> estudos e <strong>de</strong> pessoas como você que querem conhecer e apren<strong>de</strong>r. Os internos também são agra<strong>de</strong>cidos pelas visitas. A maioria dos internos recebe visitas, em dias e horários próprios, <strong>de</strong> amigos e parentes. Estas visitas lhes são muito agradáveis. A enfermaria seguinte era feminina. Pusme a ajudar, ajeiteias no leito, indaguei como estavam. Só <strong>de</strong> ter alguém para falar <strong>de</strong> suas mágoas e queixas, sentemse melhores. Fui com Maurício a cinco enfermarias. Cansei. Pela primeira vez na Colônia sentime cansada. — Patrícia, agora chega — disse Maurício. — Por hoje me ajudou muito. Orgulhome <strong>de</strong> você. Logo estará <strong>de</strong>scansada. Despren<strong>de</strong>mos muita energia ao lidar com necessitados. Vá para casa, alimentese e faça exercícios para recuperar as energias. — Você não se cansa? — Não, tenho muitos anos <strong>de</strong> prática e muitos conhecimentos a mais que você. Irá apren<strong>de</strong>r com o tempo. Você, como já disse, me ajudou bastante. Sabia que Maurício estava sendo gentil, mas fiquei contente. Ele acompanhoume até a saída e voltou, ainda tinha muito o que fazer no hospital. Sempre que fazia algo <strong>de</strong> útil, ficava alegre. Pensei: se papai souber, ficará contente e mamãe achará o máximo. Voltei <strong>de</strong>vagar apreciando as ruas e as pessoas que por elas transitavam. É tão bonito, agradável andar pela Colônia! Cheguei em casa e já estava <strong>de</strong>scansada e sentindome muito bem.
83 <strong>–</strong> VIOLETAS NA JANELA No outro dia, iria a uma reunião da Escola on<strong>de</strong> trabalhava. Este trabalho me enchia <strong>de</strong> alegria. Falar aos amigos com quem trabalhava me dava segurança e contentamento. Estava curiosa para saber <strong>de</strong> que tratava a reunião.