2 – Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho (ditado ... - Portal Luz Espírita
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37 <strong>–</strong> VIOLETAS NA JANELA<br />
X<br />
Apren<strong>de</strong>ndo a se nutrir<br />
Vovó voltou a trabalhar como fazia antes e, nas suas horas livres, passeava<br />
comigo. Ela gosta muito do seu trabalho. Passeava muito e fui várias vezes à Praça<br />
Redonda. Conversava muito e fiz várias amiza<strong>de</strong>s. Foi na Praça Redonda que<br />
conheci Ana. Ela também estava a passear. Começamos a conversar e percebemos<br />
que tínhamos muitas afinida<strong>de</strong>s e uma sincera amiza<strong>de</strong> nos uniu.<br />
— De que <strong>de</strong>sencarnou? Ou como <strong>de</strong>sencarnou?<br />
Esta pergunta se faz muito por aqui. Começase a conversar e logo surge o<br />
assunto <strong>de</strong>sencarnação, querendo saber como foi que o corpo carnal morreu.<br />
Maurício me elucidou que estas perguntas são mais dos novatos que ainda estão<br />
preocupados com a sua <strong>de</strong>sencarnação e querem saber como foi a do outro.<br />
Contei minha <strong>de</strong>sencarnação a Ana e ela, a sua para mim.<br />
— Já faz tempo, tenho <strong>de</strong>cênios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencarnada. Meu corpo <strong>de</strong>finhou pela<br />
tuberculose.<br />
Desencarnou jovem, aos <strong>de</strong>zessete anos. Ela é inteligente, muito instruída e<br />
ama apren<strong>de</strong>r. Passamos horas a conversar. Convidoume para ir visitála no seu<br />
trabalho e no seu lar. Ana mora no Educandário. Fomos visitála, Fre<strong>de</strong>rico e eu.<br />
Fre<strong>de</strong>rico, sempre que possível, acompanhavame aos passeios pela Colônia, sempre<br />
esclarecendome sobre os lugares e suas funções.<br />
— Patrícia, — disse meu amigo — para trabalhar no Educandário,<br />
necessitase <strong>de</strong> muito aprendizado e <strong>de</strong>dicação. Normalmente estes instrutores têm<br />
muito tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencarnado e conhecem bem a alma humana. Para ser útil com<br />
sabedoria, é preciso saber.<br />
Ana veio nos receber feliz como sempre. Tem seu cantinho, seu quarto, ou<br />
mesmo seu espaço, como alguns jovens costumam dizer, ao referirse on<strong>de</strong> moram,<br />
ou sua moradia como ela diz, na área resi<strong>de</strong>ncial, reservada aos trabalhadores do<br />
Educandário. É bem bonita a moradia <strong>de</strong>stes trabalhadores. Eles po<strong>de</strong>m morar neste<br />
Educandário, ou em casas, ou nos alojamentos. Refirome ao Educandário <strong>de</strong>sta<br />
Colônia, porque <strong>de</strong>pois vi, em outras Colônias, outras formas <strong>de</strong> residências. As<br />
casas são parecidas com a da vovó, moram instrutores e alunos, não ultrapassando<br />
<strong>de</strong>z pessoas. Os alojamentos são muitos e comuns nas escolas. São galpões<br />
compridos, com várias portas, que levam ao quarto ou cômodo. É uma beleza! Ana<br />
mora no alojamento. Seu lar é uma sala <strong>de</strong>corada com gosto. Não tem cama, Ana<br />
não necessita mais dormir. É um recanto seu para receber alguns amigos, ler, ficar a<br />
sós. É on<strong>de</strong> tem alguns pertences. Quadros lindos, vasos <strong>de</strong> flores, uma foto <strong>de</strong><br />
família e um piano. A cor azulclarinho predomina na sua <strong>de</strong>coração <strong>de</strong> muito bom