Qualidade de Dados - Dataprev
Qualidade de Dados - Dataprev
Qualidade de Dados - Dataprev
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> dados: muito mais do que um problema técnico<br />
Nicolau Reinhard<br />
Muitas Comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Prática jamais chegam ao estágio adaptativo, quando,<br />
por exemplo, os problemas que as originaram são transitórios; solucionado o<br />
problema, elas se <strong>de</strong>sfazem, pois sua missão fora cumprida.<br />
Cada vez mais, nós <strong>de</strong>senvolvedores e implantadores <strong>de</strong> sistemas temos que estar<br />
atentos à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alavancar o Capital Social para trabalhar exatamente<br />
na dimensão cognitiva <strong>de</strong> modo a transmitir conhecimentos tácitos, percepções,<br />
criar imagem dos nossos projetos. O processo <strong>de</strong> internalização <strong>de</strong> sistemas<br />
necessita que se abor<strong>de</strong> essa dimensão. Não po<strong>de</strong> ser um processo impositivo, à<br />
semelhança <strong>de</strong> um exército que chega, domina, vence as resistências, implanta o<br />
sistema, remove os obstáculos, faz o sistema funcionar, e sai <strong>de</strong>ixando uma tropa<br />
para dar sustentação à inovação e garantir que não se volte atrás. Infelizmente,<br />
muitas vezes temos implantado sistemas utilizando esse mo<strong>de</strong>lo, baseado em<br />
coação, convencimento, e endossado pela força que as organizações nos dão para<br />
impor alterações.<br />
À medida que os nossos<br />
sistemas vão sendo cada vez<br />
mais globalizados e exigem<br />
um número cada vez maior <strong>de</strong><br />
parceiros in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, aos<br />
quais nada po<strong>de</strong>mos impor,<br />
caso em que o sucesso da<br />
implantação do sistema<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da adoção voluntária<br />
por parte <strong>de</strong>sses múltiplos<br />
atores, nós temos que partir<br />
para uma abordagem muito<br />
mais leve <strong>de</strong> implantação do<br />
que a prática tradicional.<br />
Tendo isso em vista, apresento<br />
um mo<strong>de</strong>lo que po<strong>de</strong> nos<br />
ajudar a organizar e estruturar<br />
esse processo. Para esse mo<strong>de</strong>lo, uso a metáfora da “hospedagem <strong>de</strong> um forasteiro”.<br />
No nosso caso o “forasteiro” é quem traz a inovação tecnológica; ao chegar na<br />
al<strong>de</strong>ia (a comunida<strong>de</strong> ou organização em que o sistema <strong>de</strong>ve ser implantado), ele<br />
não po<strong>de</strong> ir entrando sem que seja convidado. Ele <strong>de</strong>ve se apresentar à comunida<strong>de</strong>,<br />
que, através <strong>de</strong> seus lí<strong>de</strong>res, faz uma primeira avaliação do estrangeiro: se será<br />
entendido como uma potencial oportunida<strong>de</strong> (amigo) ou uma ameaça. Se ele for<br />
consi<strong>de</strong>rado uma ameaça, será imediatamente rechaçado; com o que já se<br />
encerra o processo. Se, no entanto, ele for visto como uma oportunida<strong>de</strong> potencial,<br />
com possível benefício para a comunida<strong>de</strong>, ele então será aceito na al<strong>de</strong>ia. Porém,<br />
para se mover nesse ambiente, ele tem que se submeter às regras <strong>de</strong> hospitalida<strong>de</strong><br />
locais: algumas coisas ele po<strong>de</strong> fazer, outras não. Tem que ir com cuidado para<br />
não violar as normas da comunida<strong>de</strong> (o que po<strong>de</strong> ter resultados imprevistos, uma<br />
vez que ele não necessariamente conhece antecipadamente essas normas). Um<br />
<strong>de</strong>slize po<strong>de</strong> ser motivo para ele ser re<strong>de</strong>finido como uma ameaça e ser rechaçado,<br />
às vezes até sem saber por quê.<br />
Então, esse começo é uma fase bastante incerta, na qual o forasteiro se move num<br />
ambiente <strong>de</strong>sconhecido, procurando, obviamente, conseguir a<strong>de</strong>ptos para aplicar<br />
sua inovação. Se tiver sucesso nessa etapa, os nativos, à sua maneira, passam a<br />
usá-la, conforme seus próprios interesses, valores e interpretação, que po<strong>de</strong>m ser<br />
Fórum <strong>de</strong> TIC <strong>Dataprev</strong><br />
Figura 7<br />
Hospedagem - encontro<br />
entre estranhos<br />
<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Dados</strong><br />
13