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Qualidade de Dados - Dataprev

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<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> dados: muito mais do que um problema técnico<br />

Nicolau Reinhard<br />

Esses conhecimentos são convertidos <strong>de</strong> um para o outro. Na socialização, os<br />

conhecimentos explícitos são compartilhados por pessoas, são interpretados,<br />

reinterpretados para se criar conhecimento tácito, o qual direcionará a ação dos<br />

indivíduos no dia a dia. Isso se dá através da observação, imitação e prática. Ao<br />

aplicar esses conceitos nos nossos sistemas, vemos que, embora boa parte <strong>de</strong>les<br />

tenha objetivos muito bem <strong>de</strong>finidos e a<strong>de</strong>rentes aos objetivos da organização, ao<br />

serem reinseridos nos vários contextos, o conhecimento explícito não é internalizado<br />

como previsto originalmente, criando-se um conhecimento tácito diferente, que<br />

leva ao <strong>de</strong>svio dos sistemas, como um barco que segue à <strong>de</strong>riva (em inglês, “drift”)<br />

no rio, saindo do rumo previsto. Nesse momento da socialização, portanto, ocorrem<br />

vários problemas com os quais nos <strong>de</strong>frontamos.<br />

É preciso enfatizar que o usuário <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolver, na prática diária, o seu próprio<br />

know-how <strong>de</strong> manejo dos sistemas, pois é pouco provável que tal habilida<strong>de</strong> lhe<br />

seja transmitida completamente pelo <strong>de</strong>senvolvedor. É um conhecimento que<br />

po<strong>de</strong> transitar entre pessoas <strong>de</strong> uma mesma comunida<strong>de</strong> prática, que tenham<br />

linguagem, valores e percepções similares, mas muito difícil <strong>de</strong> se mover entre<br />

comunida<strong>de</strong>s ou pessoas <strong>de</strong> práticas diferentes.<br />

Nosso gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio como gestores <strong>de</strong> sistemas padronizados globais é fazer a<br />

transposição <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> para outra, como quando<br />

operamos bases <strong>de</strong> dados nacionais, ou até internacionais, em comunida<strong>de</strong>s<br />

diversas. Logo, o conhecer e a prática estão intimamente ligados.<br />

Através <strong>de</strong> nosso contínuo agir, reforçando ou contradizendo as práticas,<br />

construímos o nosso conhecimento. Essa questão cognitiva está intimamente<br />

ligada ao sucesso ou não dos nossos sistemas.<br />

Fórum <strong>de</strong> TIC <strong>Dataprev</strong><br />

ESTADO (NÍVEIS DE COMPETÊNCIA) DE CONHECIMENTO<br />

3<br />

Benjamin Bloom<br />

1. Conhecimento: criação <strong>de</strong> vocabulário, apreensão <strong>de</strong> fatos e conceitos.<br />

2. Compreensão: aprendizagem integrada significativa – conhecimento se torna parte do<br />

sistema <strong>de</strong> referência.<br />

3. Aplicação: uso do conhecimento para tratar <strong>de</strong> problemas. Permite re<strong>de</strong>finir problemas<br />

<strong>de</strong> acordo com o novo conhecimento e predizer o efeito <strong>de</strong> uma dada mudança ou<br />

sistema.<br />

4. Análise: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar premissas não explicitadas, compreen<strong>de</strong>r e avaliar<br />

relações.<br />

5. Síntese: integração do novo conhecimento com o conhecimento prévio. A compreensão<br />

e organização permitem resolver problemas novos e adaptar o conhecimento a<br />

novos usos.<br />

2<br />

SPENDER, J. C. Making knowledge the basis of a dynamic theory of the firm. Strategic Management<br />

Journal, 17, 45-62, 1996.<br />

3 BLOOM B. S. (ed.). Taxonomy of educational objectives, the classification of educational goals –<br />

Handbook I: Cognitive Domain. Nova York: McKay, 1956.<br />

“Sticky knowledge: o<br />

conhecimento é<br />

a<strong>de</strong>rente ao modo <strong>de</strong><br />

ser das pessoas, aos<br />

seus valores; ele é<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

contexto.”<br />

“O nosso conhecer está<br />

em nosso agir.”<br />

“O conhecimento menos<br />

a ver com a verda<strong>de</strong> e a<br />

razão e mais com a<br />

prática <strong>de</strong> intervir com<br />

discernimento e<br />

<strong>de</strong>terminação no<br />

2<br />

mundo.” (Spen<strong>de</strong>r) .<br />

<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Dados</strong><br />

08

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