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Ensinar com afecto O segredo do bom professor - Página

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10<br />

a página<br />

da educação<br />

julho 2003<br />

fórum educação<br />

APONTAMENTOS<br />

José Ferreira-Alves<br />

Universidade <strong>do</strong> Minho<br />

dia-a-dia<br />

É habitual tematizar o desenvolvimento<br />

humano sem fazer qualquer<br />

menção a um outro processo de<br />

<strong>com</strong>plexidade idêntica que é o envelhecimento.<br />

O desenvolvimento e o<br />

envelhecimento humano partilham algo<br />

de <strong>com</strong>um: ambos são processos<br />

que mantêm relações íntimas <strong>com</strong> a<br />

passagem <strong>do</strong> tempo. Um é habitualmente<br />

conota<strong>do</strong> <strong>com</strong> um progresso<br />

positivo; outro é muitas vezes conota<strong>do</strong><br />

<strong>com</strong> um progresso negativo. Para<br />

além da simplicidade destas crenças<br />

grosseiras, gostaria hoje de perguntar:<br />

será que poderemos falar de<br />

envelhecimento em senti<strong>do</strong>s positivos?<br />

Poderemos falar de envelhecimento<br />

<strong>com</strong>o desenvolvimento? Como?<br />

E que implicações terá isso?<br />

O envelhecimento aí está, sempre,<br />

a ameaçar a nossa mente de que<br />

o tempo tem limites, que os projectos<br />

têm limites ou constrangimentos,<br />

que a eternidade não existe possivelmente<br />

em nenhum aspecto da vida.<br />

Bastaria talvez uma consciência apurada<br />

deste da<strong>do</strong> para podermos afirmar,<br />

<strong>com</strong> naturalidade, a transitoriedade<br />

e simultaneamente a natureza<br />

16-06<br />

Pais temem<br />

maus exames<br />

Desenvolvimento, envelhecimento e existencialismo<br />

"Estamos responsavelmente preocupa<strong>do</strong>s<br />

<strong>com</strong> os exames <strong>do</strong>s nossos filhos,<br />

porque este ano lectivo pautou-<br />

-se por uma grande instabilidade,<br />

provocada pelas mudanças estruturais,<br />

que só vieram criar ansiedade<br />

nos alunos. Receamos, por isso, que<br />

se vá repercutir negativamente nos<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s exames", considera<br />

ao CM Albino Almeida, presidente da<br />

Confap - Confederação Nacional das<br />

Associações de Pais.<br />

O DESENVOLVIMENTO E O ENVELHECIMENTO HUMANO PARTILHAM ALGO DE COMUM:<br />

AMBOS SÃO PROCESSOS QUE MANTÊM RELAÇÕES ÍNTIMAS COM A PASSAGEM DO TEMPO.<br />

dinâmica e desenvolvimental <strong>do</strong>s fenómenos<br />

“vitais”. Nada fica ou permanece<br />

na mesma, <strong>com</strong> o decurso<br />

<strong>do</strong> tempo, desde o nosso corpo, à<br />

nossa mente, às árvores <strong>do</strong>s jardins,<br />

às relações, aos amores e às raivas,<br />

etc. Com efeito, a consciência individual<br />

de que o ciclo de vida é marca<strong>do</strong><br />

pelo tempo e tem limites temporais,<br />

pressiona cada um a ser uma<br />

entidade activa, seleccionan<strong>do</strong> objectivos<br />

a cumprir ou obras a realizar,<br />

optimizan<strong>do</strong> o seu desempenho e<br />

<strong>com</strong>pensan<strong>do</strong>, sempre que necessário,<br />

os objectivos não alcança<strong>do</strong>s<br />

ou os méto<strong>do</strong>s menos eficazes . Por<br />

outro la<strong>do</strong>, estes processos de selecção,<br />

optimização e <strong>com</strong>pensação<br />

são realiza<strong>do</strong>s para construir a coerência<br />

e o significa<strong>do</strong> possíveis no ciclo<br />

de uma vida e num segmento da<br />

história humana de uma dada cultura<br />

Dito por outras palavras, são os<br />

limites temporais de cada vida e<br />

também a natureza temporal de todas<br />

as tarefas que, para<strong>do</strong>xalmente,<br />

criam condições aos organismos<br />

para se desenvolverem e evoluirem,<br />

activan<strong>do</strong> as escolhas de trajectos e<br />

objectivos, aperfeiçoan<strong>do</strong>-os e reformulan<strong>do</strong><br />

o seu valor. E esta pressão,<br />

esta evolução ou, mesmo, esta<br />

pressão evolutiva, ocorrem inde-<br />

O ENVELHECIMENTO aí está, sempre, a ameaçar a nossa mente de que<br />

o tempo tem limites, que os projectos têm limites ou constrangimentos,<br />

que a eternidade não existe possivelmente em nenhum aspecto da vida.<br />

17.06<br />

Priva<strong>do</strong>s aceitam<br />

alunos <strong>com</strong> notas<br />

entre 0 e 1 valores<br />

As instituições de ensino superior já<br />

determinaram as classificações mínimas<br />

exigidas para acesso aos<br />

seus cursos e, uma vez mais, a tendência<br />

repete-se: universidades e<br />

politécnicos públicos mais exigentes;<br />

escolas privadas a pedirem<br />

muito menos <strong>do</strong>s seus potenciais<br />

alunos. A tal ponto que um em cada<br />

três estabelecimentos <strong>do</strong> subsistema<br />

particular e cooperativo fixa <strong>com</strong>o<br />

nota mínima nas provas de ingresso<br />

não mais <strong>do</strong> que 1 valor (numa<br />

escala de 0 a 20).<br />

pendentemente da idade de cada<br />

um; aquilo que se perde quan<strong>do</strong> se<br />

ganha e o que se ganha quan<strong>do</strong> se<br />

perde não é substancialmente diferente<br />

na juventude e até idades<br />

avançadas. Em qualquer idade os<br />

ganhos e as perdas coexistem numa<br />

proporção não muito diferente.<br />

O que importa sempre é o potencial<br />

de energia residente que nos permite<br />

continuar a seleccionar, a optimizar<br />

e a <strong>com</strong>pensar.<br />

São estes três processos que<br />

26.06<br />

Três universidades<br />

juntam-se para<br />

enfrentar dificuldades<br />

no superior<br />

Face à diminuição de candidatos<br />

aos cursos de ciências agrárias - a<br />

procura caiu 32 por cento desde<br />

1998 - e à necessidade de racionalizar<br />

os recursos humanos e instalações<br />

existentes, três instituições de<br />

ensino superior públicas <strong>com</strong> formações<br />

nesta área decidiram juntarse<br />

para, numa "posição solidária",<br />

enfrentar a "conjuntura actual <strong>do</strong><br />

ensino superior". O protocolo que<br />

cria a Rede de Universidades Portuguesas<br />

de Ensino Agrário (RUPEA)<br />

foi assina<strong>do</strong> no início da semana pelas<br />

universidades Técnica de Lisboa<br />

(UTL), Évora (UE) e Trás-os-Montes<br />

nos permitem afirmar de uma forma<br />

mais positiva o envelhecimento ou a<br />

mera passagem <strong>do</strong> tempo e tratá-lo<br />

<strong>com</strong>o uma questão de desenvolvimento<br />

humano até longa idade, até<br />

os sistemas de energia humanos<br />

não colapsarem por <strong>com</strong>pleto.<br />

É nesta ausência de “telos”, nesta<br />

transitoriedade, nas infinitas dimensões<br />

e direcções que pode tomar<br />

cada vida e também na plasticidade<br />

que aqueles três processos<br />

centrais viabilizam que em meu entender<br />

to<strong>do</strong> o existencialismo se ergueu<br />

e se pode erguer. Apontan<strong>do</strong><br />

desta forma um valor atemporal,<br />

universal e não relativo que é o esforço<br />

<strong>com</strong>ove<strong>do</strong>r que cada organismo<br />

faz para estar vivo! Independentemente<br />

da idade ou de qualquer<br />

outra condição.<br />

Quero terminar hoje apontan<strong>do</strong> a<br />

ideia de uma educação que sem ignorar<br />

a história e a cultura não pode<br />

ela própria deixar de ser existencialista,<br />

sob o risco de não poder sequer<br />

ser imaginada educação.<br />

E é acreditan<strong>do</strong> que a nossa escola<br />

só é existencialista nos interva-<br />

e Alto Douro (UTAD).<br />

Ana Alvim_isto é<br />

28.06<br />

Ensino Superior<br />

- Presidente desmente<br />

ideia feita "Não há<br />

licencia<strong>do</strong>s a mais"<br />

O Presidente da República, Jorge<br />

Sampaio, defendeu ontem em Braga<br />

que é importante "desmistificar a<br />

ideia falsa de que o País tem licencia<strong>do</strong>s<br />

a mais" e que é necessário<br />

desenvolver o ensino e a ciência<br />

mesmo em áreas consideradas de<br />

menor procura ou empregabilidade.<br />

Segun<strong>do</strong> Jorge Sampaio, "a tentação<br />

de suprimir cursos <strong>com</strong> relevância<br />

cultural e científica, por se considerar<br />

que têm menos saídas profissionais,<br />

conduzirá inevitavelmente a<br />

um empobrecimento cultural".

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