Ensinar com afecto O segredo do bom professor - Página
Ensinar com afecto O segredo do bom professor - Página
Ensinar com afecto O segredo do bom professor - Página
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
42<br />
a página<br />
da educação<br />
julho 2003<br />
praça<br />
CARTAS <strong>do</strong>s<br />
cartas “on-line”<br />
a <strong>Página</strong> on-line - participe em www.apagina.pt/inqueritos<br />
Exmo Senhor Director<br />
Li o jornal n.º 124, Junho 2003. O editorial<br />
desenvolvia um texto senti<strong>do</strong> sobre<br />
Governo/depressão/repressão…<br />
Chamou-me a atenção a imagem de Nª<br />
Senhora que D. Afonso Henriques proclamou<br />
especial Advogada e Rainha deste<br />
Reino, D. João IV elegeu Padroeira de<br />
Portugal (<strong>do</strong>is reis/uma independência) e<br />
o colega J.P.Serralheiro conotou <strong>com</strong> depressão<br />
e repressão!<br />
Não vou desenvolver uma teoria sobre<br />
simbologia nem sobre valores que apoiam<br />
a estrutura da personalidade humana-religiosa,<br />
<strong>com</strong>o não vou fazê-lo sobre o mun<strong>do</strong><br />
materialista e seculariza<strong>do</strong> que não<br />
consegue entender a linguagem imagem/símbolo,<br />
lugar de presença <strong>do</strong> invisível<br />
(que se expressa através <strong>do</strong> mito-símbolo-ciclo/rito).<br />
Sabemos que o mun<strong>do</strong> industrial proclamou<br />
o homem <strong>com</strong>o senhor da história,<br />
mas, na prática, a liberdade conjugada<br />
<strong>com</strong> os poderes da razão, produção e<br />
realização, nunca o conseguiram tirar <strong>do</strong>s<br />
“porões”, incluin<strong>do</strong> os países <strong>com</strong>unistas.<br />
Também se <strong>com</strong>preende que, <strong>com</strong>o reflexo<br />
dessas realidades, o mau gosto foise<br />
espalhan<strong>do</strong> pelo mun<strong>do</strong> <strong>com</strong> “rendilha<strong>do</strong>s<br />
nos altares” e “imagens de gesso”.<br />
Também é certo que, no coração <strong>do</strong><br />
povo, existe uma devoção algumas vezes<br />
difícil de articular <strong>com</strong> a Teologia.<br />
Mas, depois <strong>do</strong> movimento litúrgico<br />
que gerou o Vaticano II, Nossa Senhora<br />
tem, na economia de Salvação, um papel<br />
ímpar <strong>com</strong>o imagem de Reconciliação.<br />
Não <strong>com</strong>preen<strong>do</strong> a necessidade de<br />
voltar a tempos de agressão à igreja e à<br />
valorização <strong>do</strong> ideal que Ela representa.<br />
O tipo de artigos/imagem a que me refiro,<br />
vai solidifican<strong>do</strong> em mim a ideia de<br />
que a esquerda melhora a sua inteligência<br />
crítica quan<strong>do</strong> em constrangimento e<br />
morre por não saber gerir a liberdade.<br />
Pedro Beato Sousa<br />
1. A formação inicial de <strong>professor</strong>es<br />
tem vin<strong>do</strong>:<br />
¬ a melhorar<br />
¬ a piorar<br />
¬ está igual<br />
Mistura explosiva<br />
A formação inicial <strong>do</strong>s <strong>professor</strong>es tem vin<strong>do</strong> a tornar-se<br />
meramente instrumental, técnica. A qualidade<br />
da formação não se desliga da qualidade da matéria<br />
prima. Os que procuram os cursos da via ensino<br />
são, regra geral, os alunos mais fracos. É natural<br />
que o resulta<strong>do</strong> seja mau. Os forma<strong>do</strong>res de <strong>professor</strong>es<br />
são também, em regra, muito fracos. A<br />
mistura é explosiva.<br />
2 . Qual destes problemas<br />
o preocupa mais?<br />
¬ delinquência<br />
¬ insegurança<br />
¬ desemprego<br />
¬ crise económica<br />
¬ droga<br />
¬ habitação<br />
¬ contas pública<br />
¬ pe<strong>do</strong>filia<br />
Droga<strong>do</strong>s: uma questão de imagem<br />
Manuel Correia<br />
A droga é um problema terrível. Reflecte, sobretu<strong>do</strong>,<br />
uma sociedade profundamente injusta, discrimina<strong>do</strong>ra<br />
e traumatizante. A toxicodependência<br />
continua a ser encarada <strong>com</strong>o um crime e não <strong>com</strong>o<br />
um problema humano, de implicações psicossomáticas<br />
óbvias e consequências sociais inevitáveis,<br />
constituin<strong>do</strong> um empecilho que os governos e<br />
autarquias tentam "esconder" para defender as<br />
pessoas "sérias e limpas" e dar uma aparência de<br />
normalidade a uma sociedade podre no seu interior.<br />
Tanto mais podre quanto mais esconde. Como no<br />
Porto, onde a Câmara se empenhou a fun<strong>do</strong> para<br />
resolver o problema <strong>do</strong>s arruma<strong>do</strong>res, principalmente<br />
nas zonas ditas "finesses", não pelo problema<br />
humano em si (onde estarão esses rapazes, que<br />
lhes fizeram?) mas pela construção de uma imagem<br />
de cidade que existe só na cabeça de meia dúzia de<br />
privilegia<strong>do</strong>s, no poder por via das regras cada vez<br />
mais anacrónicas <strong>do</strong> jogo democrático.<br />
A droga resolve-se <strong>com</strong> políticas efectivas de<br />
justiça social e não <strong>com</strong> autoritarismo e segregação.<br />
Como portuense, receio ter que concluir que a<br />
acção da Câmara neste <strong>do</strong>mínio não é exemplo.<br />
Reconheço que vejo muito menos arruma<strong>do</strong>res:<br />
mas para onde foram eles arruma<strong>do</strong>s?<br />
Ou será que o dr. Rui Rio resolveu definitivamente<br />
o problema da droga? Não o creio.<br />
Crise por mau governo<br />
Paulo Frederico<br />
A crise económica em que o país caíu é o mais<br />
preocupante. É certo que a conjuntura internacional<br />
não vai famosa, mas em Portugal a imperícia deste<br />
governo é escandalosa.<br />
Berraram e criticaram e criticaram e berraram.<br />
Quan<strong>do</strong> chegou ao momento de agir foi um disparate.<br />
Tu<strong>do</strong> em que tocam é para piorar. Só arranjam<br />
mais <strong>com</strong>plicações. O crescimento em flecha <strong>do</strong><br />
desemprego é o sinal mais visível da crise.<br />
3. A actuação <strong>do</strong>s sindicatos é:<br />
¬ muito boa<br />
¬ boa<br />
¬ medíocre<br />
¬ má<br />
¬ muito má<br />
Me<strong>do</strong> das palavras?<br />
Ana Alvim_isto é<br />
André Paiva<br />
Reconheço não ser fácil o trabalho de um sindicato<br />
<strong>do</strong>s <strong>professor</strong>es, uma classe tão dividida e encapsulada<br />
em interesses parciais, <strong>com</strong> falta de perspectiva<br />
em relação ao valor da luta colectiva. Mesmo<br />
no SPN, já assisti, infelizmente e <strong>com</strong> surpresa<br />
minha, em conferência recente, criticar o carácter<br />
excessivamente reivindicativo de certas organizações<br />
sindicais. No fun<strong>do</strong>, é a mentalidade neoliberal<br />
a insinuar-se perfidamente no interior das próprias<br />
organizações democráticas, inculcan<strong>do</strong> senti