alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
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O PROFA nos incentivou a pesquisar procedimentos e <strong>prática</strong>s educativas do(a)<br />
alfabetizador(a) junto ao alfabetizando, colaborando na ampliação <strong>de</strong> uma concepção e <strong>de</strong> um<br />
fazer consciente na alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos.<br />
Trabalhar com jovens e adultos exige uma <strong>prática</strong> diferente <strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong> com crianças,<br />
pois, traz consigo uma maior responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>terminando uma <strong>prática</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, a fim <strong>de</strong><br />
colaborar na inserção <strong>de</strong>sse aprendiz jovem e adulto na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, levando-o a uma percepção<br />
<strong>de</strong> si mesmo como sujeito ativo e transformador <strong>de</strong> sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nesse sentido, Freire (1996,<br />
p. 60) assinala que:<br />
O fato <strong>de</strong> me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me impõe numa<br />
posição em face do mundo que não <strong>é</strong> a <strong>de</strong> quem na<strong>da</strong> tem a ver com ele. Afinal,<br />
minha presença no mundo não <strong>é</strong> a <strong>de</strong> quem a ele se a<strong>da</strong>pta mas a <strong>de</strong> quem nele se<br />
insere. É a posição <strong>de</strong> quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito tamb<strong>é</strong>m <strong>da</strong><br />
história.<br />
Assim, existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um fazer mais eficiente, que permite não só ler e<br />
escrever, mas a apreensão do significado <strong>de</strong>sse aprendizado, ligado à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mundo no<br />
qual os educandos estão integrados, atingindo sua comunicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em diferentes contextos e<br />
objetivos, tornando-os mais esclarecidos, agentes construtores do mundo em que vivem.<br />
Desta forma, “<strong>é</strong> preciso ir al<strong>é</strong>m <strong>da</strong> simples aquisição do código escrito, <strong>é</strong> preciso fazer uso <strong>da</strong><br />
leitura e <strong>da</strong> escrita, apropriar-se <strong>da</strong> função social <strong>de</strong>ssas duas <strong>prática</strong>s, <strong>é</strong> preciso letrar-se”<br />
(BARDANACHVILI , 2000, p.1).<br />
No entanto, só será possível obter uma <strong>prática</strong> que alcance esses requisitos quando<br />
os(as) educadores(as) compreen<strong>de</strong>rem que a <strong>prática</strong> educativa precisa ser sempre repensa<strong>da</strong>,<br />
num contínuo refazer, sendo este flexível e/ou aberto, intuitivo, criativo e curioso diante do<br />
contexto atual, tendo como meta principal o crescimento e a transformação do educando.<br />
Sobre essa questão, Freire (2003, p. 84) assinala: “percebo o quanto foi fun<strong>da</strong>mental naquela<br />
<strong>é</strong>poca e continua sendo hoje o exercício <strong>de</strong> que me entregava e me entrego <strong>de</strong> pensar a <strong>prática</strong><br />
para melhor praticar”.<br />
Po<strong>de</strong>mos, em meio a to<strong>da</strong> essa discussão, perguntar: Por que a preocupação com uma<br />
<strong>prática</strong> educativa inteligente na alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos? É importante lembrar que o<br />
propósito básico <strong>de</strong>sta pesquisa <strong>é</strong> i<strong>de</strong>ntificar a <strong>inteligência</strong> <strong>da</strong> <strong>prática</strong> educativa, como um<br />
caminho para obter melhores resultados no aprendizado do educando <strong>de</strong>ssa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ensino e como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua maior inclusão social. Isso significa conseguir dos<br />
educandos um grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo que lhes permita fazer a leitura <strong>de</strong> mundo<br />
no qual está socialmente inserido.<br />
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