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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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Dessa forma, na busca <strong>de</strong> uma <strong>prática</strong> conscientizadora, o(a) educador(a) <strong>da</strong><br />

alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos precisa compreen<strong>de</strong>r que <strong>é</strong> possível unir as experiências <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> dos educandos com os conteúdos dos currículos oferecidos pelo sistema formal <strong>de</strong> ensino<br />

<strong>da</strong> EJA, num esforço em facilitar o aprendizado <strong>de</strong> um novo mundo, mais consciente, mais<br />

participativo, mais inclusivo. Severino (In FREIRE, 2005, p. 8), ao referir a pe<strong>da</strong>gogia<br />

freireana, ressalta que “A leitura <strong>da</strong> palavra <strong>é</strong> sempre precedi<strong>da</strong> <strong>da</strong> leitura do mundo. E<br />

apren<strong>de</strong>r a ler, a escrever, <strong>alfabetizar</strong>-se <strong>é</strong>, antes <strong>de</strong> tudo, apren<strong>de</strong>r a ler o mundo,<br />

compreen<strong>de</strong>r o seu contexto [...] numa dinâmica que vincula linguagem com reali<strong>da</strong><strong>de</strong>”.<br />

Entendi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssa forma e coloca<strong>da</strong> na <strong>prática</strong>, o ensino <strong>da</strong> alfabetização <strong>de</strong> jovens e<br />

adultos serve como meio <strong>de</strong> interação dos saberes escolares com os saberes oriundos <strong>da</strong>s<br />

experiências do educando. Estes conhecimentos constituem o que chamamos <strong>de</strong> saberes<br />

pr<strong>é</strong>vios, significando a compreensão que os jovens e adultos constroem ante a sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

cultural, enxergando e vivendo a fome, o <strong>de</strong>semprego, a pobreza. Os saberes pr<strong>é</strong>vios <strong>é</strong> a<br />

própria vi<strong>da</strong>, <strong>é</strong> o processo <strong>da</strong> <strong>inteligência</strong> que constrói a noção que se tem <strong>da</strong>s coisas: família,<br />

escola, do bom, do ruim, <strong>da</strong>s coisas que estão ao seu redor. Como ressalta Freire (1996, p. 33)<br />

Por que não aproveitar a experiência que têm os alunos <strong>de</strong> viver em áreas<br />

<strong>de</strong>scui<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo po<strong>de</strong>r público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e<br />

dos córregos e os baixos níveis <strong>de</strong> bem-estar <strong>da</strong>s populações, os lixões e os lixos que<br />

oferecem a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s gentes. Por que não discutir com os alunos a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

concreta a que se <strong>de</strong>va associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

agressiva em que a violência <strong>é</strong> a constante e a convivência <strong>da</strong>s pessoas <strong>é</strong> muito<br />

maior com a morte do que com a vi<strong>da</strong>?<br />

Este <strong>é</strong> o fazer pe<strong>da</strong>gógico que só se valoriza efetivamente no processo ensinoaprendizagem,<br />

com a utilização dos conhecimentos pr<strong>é</strong>vios do educando, construídos em suas<br />

experiências <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> num <strong>de</strong>terminado contexto histórico e/ou social.<br />

Ao reconhecer os conhecimentos pr<strong>é</strong>vios, o(a) educador(a) está consi<strong>de</strong>rando os<br />

saberes do educando jovem e adulto constituídos antes <strong>da</strong> escola, sua visão <strong>de</strong> mundo ante os<br />

acontecimentos sociais e econômicos nos quais estão envolvidos como: a violência, o<br />

<strong>de</strong>semprego, a fome, a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social, bem como outros. Os educandos constroem para<br />

si diversas maneiras <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação no mundo letrado, <strong>de</strong>senvolvem, para sobreviver,<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>: operações matemáticas: somar, multiplicar, subtrair, dividir; <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

lugares, <strong>de</strong> assinar, <strong>de</strong> ler, sem necessariamente ter passado sistematicamente por um processo<br />

formal <strong>de</strong> ensino. Tais saberes, quando em harmonia com as informações adquiri<strong>da</strong>s na<br />

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