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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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A vi<strong>da</strong> era coloca<strong>da</strong> com as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> leitura, peguei ônibus errado, fui para<br />

um lugar bem diferente, fiquei acompanhado a torre <strong>da</strong> Telemar, <strong>de</strong>sci do ônibus<br />

sem dinheiro, eu vi a torre, segui ela a p<strong>é</strong>, at<strong>é</strong> chegar lá. A vi<strong>da</strong> se torna mais difícil<br />

sem a escola [...] (grifo nosso)<br />

Queremos mostrar com o exemplo <strong>de</strong> Mirian que ela foi obriga<strong>da</strong> a criar, <strong>de</strong> acordo<br />

com as circunstâncias, uma estrat<strong>é</strong>gia, que a conduzisse ao seu <strong>de</strong>stino. Esta situação impôs a<br />

utilização <strong>de</strong> sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> inteligente, <strong>de</strong> se sobressair por meio <strong>de</strong> sua intuição e<br />

criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A torre <strong>da</strong> Telemar acen<strong>de</strong>u assim, a luz <strong>de</strong> sua <strong>inteligência</strong> inventiva,<br />

conduzindo-a <strong>de</strong> forma correta ao ponto almejado.<br />

Constatamos diante do exposto que o(a) educador(a) po<strong>de</strong> agir e interagir com o seu<br />

educando, procurando conhecer a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta <strong>de</strong> seu cotidiano, a fim <strong>de</strong> colaborar no<br />

reconhecimento <strong>de</strong> seu mundo e num olhar mais crítico sobre si mesmo e sobre a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que o cerca, <strong>de</strong>senvolvendo assim, sua <strong>inteligência</strong> educativa. Sobre esta questão Freire<br />

(2003, p. 49), inspirado em Karel Kosik, expressa claramente o saber gerado na cotidiani<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

É o espaço-tempo em que a mente não opera epistemologicamente em face dos<br />

objetos, dos <strong>da</strong>dos, dos fatos. Se dá conta <strong>de</strong>les mas não apreen<strong>de</strong> a razão <strong>de</strong> ser<br />

mais profun<strong>da</strong>s dos mesmos. Isto não significa, por<strong>é</strong>m, que eu não possa e não <strong>de</strong>va<br />

tomar a cotidiani<strong>da</strong><strong>de</strong> e a forma como nela me movo no mundo como objeto <strong>de</strong><br />

minha reflexão; que não procure superar o puro <strong>da</strong>r-me conta dos fatos a partir <strong>da</strong><br />

compreensão crítica que <strong>de</strong>le vou ganhando.<br />

Assim, o(a) educador(a) po<strong>de</strong> esforçar-se em alargar as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua<br />

<strong>inteligência</strong>, encontrando não um mo<strong>de</strong>lo, mas diversos caminhos que o possibilitem apren<strong>de</strong>r<br />

melhor, para fazer melhor. A <strong>inteligência</strong> não <strong>é</strong> singular, pronta e acaba<strong>da</strong>, “a <strong>inteligência</strong><br />

humana <strong>é</strong> efetivamente algo <strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong> muito complexo que não se reduz a uma<br />

<strong>de</strong>finição perfeccionista, inflexível, imutável ou exclusivista”. (FONSECA VICTOR, 1995, p.<br />

38)<br />

Diante do exposto, importa que o(a) educador(a) <strong>da</strong> alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos<br />

procure enten<strong>de</strong>r e sentir a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r continuamente, <strong>de</strong> se renovar, tentando<br />

atrav<strong>é</strong>s dos seus e dos saberes <strong>de</strong> outros se aperfeiçoar, encontrando varia<strong>da</strong>s e novas formas<br />

<strong>de</strong> usar a <strong>inteligência</strong> em seu fazer pe<strong>da</strong>gógico, revelando suas distintas aptidões. Como<br />

assinala Vasconcelos (2004, p. 8)<br />

[...] Compreen<strong>de</strong>u-se que o mundo natural e o <strong>de</strong> conhecimentos reúnem uma<br />

complexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>safia o indivíduo a <strong>de</strong>monstrar o seu saber-fazer. Para isso,<br />

ele necessita ativar a <strong>inteligência</strong> a partir do que apren<strong>de</strong>u e <strong>de</strong>senvolveu em seu<br />

c<strong>é</strong>rebro. Portanto, para gerar o máximo <strong>da</strong> cognição, <strong>é</strong> preciso projetar processos<br />

educativos que se originam <strong>de</strong> novas paisagens <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> <strong>inteligência</strong>.<br />

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