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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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[...] referiu-se ao preço <strong>de</strong> uma saca <strong>de</strong> arroz e à relação com o que o sujeito po<strong>de</strong>ria<br />

gastar na alimentação <strong>de</strong> sua família, um aluno revelou que não <strong>da</strong>va para resolver<br />

aquele problema, pois eles consumiam mais <strong>de</strong> um saco por mês em casa. Ele não<br />

conhecia a medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma saca.<br />

A partir <strong>da</strong> reflexão acima exposta, po<strong>de</strong>mos dizer que, quando o ensino na<br />

alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos não reconhece os saberes pr<strong>é</strong>-existentes do educando, ele<br />

fica mais distante <strong>da</strong> aprendizagem ofereci<strong>da</strong> pela escola, e assim distante <strong>de</strong> alcançar um<br />

resultado satisfatório.<br />

Diante do exposto, queremos mostrar que, por meio dos conhecimentos pr<strong>é</strong>vios dos<br />

alfabetizandos jovens e adultos, o(a) educador(a) po<strong>de</strong> obter maior êxito, coerência e proveito,<br />

consi<strong>de</strong>rando assim, a leitura <strong>de</strong> mundo que eles já possuem <strong>da</strong> sua <strong>prática</strong> social, articulandoa<br />

com os conhecimentos formais <strong>da</strong> escola. “O interessante <strong>é</strong> a compreensão <strong>de</strong> que o<br />

professor po<strong>de</strong> mediar aprendizagens significativas, isto <strong>é</strong>, existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

intervenção pe<strong>da</strong>gógica, numa ampla gama <strong>de</strong> situações que po<strong>de</strong>m levar a construção ou<br />

mesmo à reconstrução <strong>de</strong> conhecimentos” (PICONEZ, Ibid. p. 87). Esta <strong>é</strong> uma <strong>prática</strong> docente<br />

em que o educando jovem e adulto <strong>é</strong> consi<strong>de</strong>rado no espaço escolar por meio <strong>de</strong> sua<br />

orali<strong>da</strong><strong>de</strong>, dialogando, <strong>de</strong>batendo, produzindo textos, realizando operações a partir <strong>da</strong>s<br />

experiências <strong>de</strong> seu cotidiano, colocando-o no processo <strong>de</strong> amadurecimento <strong>de</strong> seu mundo.<br />

Em função disso Freire (2003, p. 82) assinala,<br />

Era analisando com os alunos seus trabalhos concretos, sua experiência <strong>de</strong> re<strong>da</strong>ção,<br />

que eu ia, com indiscutível facili<strong>da</strong><strong>de</strong>, pondo sobre a mesa questões <strong>de</strong> sintaxe cujo<br />

estudo era previsto, na programação <strong>de</strong> conteúdos [...] Não era transplanta<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

páginas frias <strong>de</strong> uma gramática [...]<br />

Uma <strong>da</strong>s conseqüências óbvias <strong>de</strong> uma <strong>prática</strong> assim era o gosto com que os alunos<br />

se entregavam à escrita e à leitura. O gosto e a segurança.<br />

Nesse sentido, o(a) educador(a) encontra, ciente <strong>da</strong> dimensão e <strong>da</strong> importância <strong>de</strong><br />

reconhecer na <strong>prática</strong> educativa, o universo dos educandos atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong> sua orali<strong>da</strong><strong>de</strong>, um meio<br />

facilitador <strong>de</strong> conduzi-los à libertação do senso comum, para o senso crítico, a fim <strong>de</strong> inserilos<br />

<strong>de</strong> forma efetiva no meio social do mundo letrado.<br />

Há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar ain<strong>da</strong> que, não temos nesta pesquisa, o intuito <strong>de</strong> colocar imensas<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre o(a) educador(a) <strong>da</strong> alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos. Estamos<br />

apenas ressaltando, o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> intervenção e direcionamento na <strong>prática</strong> educativa, a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua consciência crítica e, sobretudo, do seu fazer cônscio na ação concreta em<br />

sala <strong>de</strong> aula com seu educando. Pois, como expressa a professora Pagu, <strong>alfabetizar</strong> “É um<br />

processo que vai muito al<strong>é</strong>m do ler e escrever, <strong>é</strong> po<strong>de</strong>r proporcioná-los a leitura do que estar<br />

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