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Trabalhadores - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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Inglaterra<br />

Mineiros em luta<br />

Nesta oportunida<strong>de</strong>, estamos divulgando documentos da campanha "Em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong><br />

Scargill", contra as calúnias orquestradas pela Margareth Thatcher tentando incriminar<br />

Arthur Scargil (presi<strong>de</strong>nte) e Peter Heathfield (secretário) do NUM - Sindicato Nacional<br />

dos Mineiros.<br />

Os mineiros fizeram uma greve nacional que durou mais <strong>de</strong> um ano - em 85-86 -e fo-<br />

ram violentamente reprimidos pelos neo-liberais ingleses, fato que provocou 5 mortes e<br />

centenas <strong>de</strong> feridos.<br />

A mídia orquestrou uma campanha <strong>de</strong> calúnias contra<br />

os dirigentes do NUM. O presi<strong>de</strong>nte, Arthur Scargill, e o<br />

secretário geral, Peter Heathfield, são acusados <strong>de</strong> mal-<br />

versação <strong>de</strong> fundos arrecadados durante a greve. Scar-<br />

gill, um dirigente sindical honesto e combativo da<br />

Grã-Bretanha tanto durante a greve como hoje em dia, é<br />

o principal alvo <strong>de</strong>sta sistemática campanha <strong>de</strong> difama-<br />

ção, perseguido implacavelmente pela imprensa e pela<br />

televisão. A medida que ele consegue provar a falsida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma acusação, fazem-se novas acusações. O objetivo<br />

é conseguir a renúncia do dirigente sindical que é o sím-<br />

bolo <strong>de</strong> resitência operária ao governo.<br />

Quais são as acusações?<br />

A primeira era <strong>de</strong> que Scargill e Heathfield tinham uti-<br />

lizados 150 mil libras esterlinas doadas pelo governo da<br />

Líbia para liquidar as prestações referentes às suas ca-<br />

sas próprias. Uma investigação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte montada<br />

pelo Sindicato concluiu que não existe nenhuma prova<br />

<strong>de</strong> que foi recebido dinheiro da Líbia; que não foi utiliza-<br />

do dinheiro do sindicato oara pagar tais prestações; que<br />

Peter Heathfield não obteve um financiamento para<br />

comprar sua casa até agosto <strong>de</strong> 1989, muito <strong>de</strong>pois da<br />

greve; e que Scargill pagou suas prestações com seu<br />

próprio dinheiro. Aliás, tanto Scargill como Heathfield se<br />

recusaram, por questão <strong>de</strong> princípio, a receber salário du-<br />

rante todo o período da greve.<br />

Quando foi provada a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas acusações, a<br />

mídia alegou que o dinheiro coletado para os mineiros<br />

durante a greve - em particular fundos doados por minei-<br />

ros soviéticos - foram colocados nas contas da Organi-<br />

zação Internacional <strong>de</strong> Mineiros (OIM), da qual Scargill é<br />

presi<strong>de</strong>nte. Com isso a mídia queria insinuar que Scargill<br />

controla a OIM, e que usou em seu próprio proveito di-<br />

nheiro doado para aliviar as penúruas dos mineiros britâ-<br />

nicos durante a greve.<br />

De fato, a OIM foi fundada em 1985 pelo NUM e ou-<br />

tros sindicatos mineiros, como organização in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n-<br />

te, para superar as rivalida<strong>de</strong>s tradicionais entre as várias<br />

centrais sindicais internacionais. A OIM é constituída por<br />

quarenta e três organizações sindicais <strong>de</strong> mineiros <strong>de</strong> 39<br />

países - um total <strong>de</strong> seis milhões e meio <strong>de</strong> operários.<br />

Esta organização conseguiu enviar fundos a mineiros<br />

que lutavam contra regimes repressores, especialmente<br />

na África do Sul e na América Latina. O sindicato mineiro<br />

soviético enviou roupas e gêneros alimentícios, mas não<br />

enviou dinheiro durante a greve britânica, apesar dos<br />

apelos do NUM. O dinheiro enviado <strong>de</strong>pois da greve foi<br />

entregue à OIM.<br />

Companheiros:<br />

Internacional<br />

Solicitamos sua ajuda para a campanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Arthur Scargill, t<br />

presi<strong>de</strong>nte do NUM (Nacional Union of Mineworkers - o Sindicato Nacionai<br />

dos Mineiros da Grã-Bretanha).<br />

Cinco anos atrás, os mineiros da Grã-Bretanha lutaram contra o governo<br />

conservador <strong>de</strong> Margaret Thatcher, numa greve massiva contra o fecha-<br />

mento <strong>de</strong> minas pelo governo. Esta heróica greve durou mais <strong>de</strong> um ano<br />

antes <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>rrotada.<br />

A greve foi uma fonte <strong>de</strong> inspiração para a classe operária britânica, e<br />

recebeu ajuda solidária <strong>de</strong> muitos países. Lula, durante uma viagem a In-<br />

glaterra, se solidarizou coma greve e visitou uma mina no condado <strong>de</strong> Kem<br />

Durante uma palestra sua em Londres, se fez uma coleta para os mineiros<br />

O governo montou uma implacável campanha para esmagar a greve. A<br />

polícia sitiou as regiões mineiras. Mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil trabalhadores foram <strong>de</strong>ti-<br />

dos. Cinco pessoas foram mortas durante a greve; houve centenas <strong>de</strong> feri-<br />

dos.<br />

Mas o governo <strong>de</strong> Thatcher também soube usar métodos mais sutis. Afu<br />

dou a montar e financiar um sindicato pelego, o UDM (Union of Democratic<br />

Mineworkers). E as novas leis anti-sindicais foram invocadas para confiscai<br />

o dinheiro do sindicato. No final todos os recursos e fundos do NUM foram<br />

confiscados.<br />

O dinheiro do sindicato permaneceu sob o controle <strong>de</strong> um interventoi<br />

mesmo <strong>de</strong>pois do final da greve em março <strong>de</strong> 1985. O processo durou até<br />

1988. Quando o NUM recuperou o controle <strong>de</strong> seus fundos, <strong>de</strong>volveu todo o<br />

dinheiro que tinha sido emprestado secretamente por outros sindicatos<br />

quase um milhão <strong>de</strong> libras esterlinas. Além disso, <strong>de</strong>positou 135 mil libras<br />

esterlinas no fundo para mineiros <strong>de</strong>mitidos por causa da greve.<br />

Hoje o NUM está sendo atacado uma vez mais.<br />

Os dirigentes do NUM são muito criticados por terem<br />

agido sigiiosamente, sem que os próprios membros do<br />

sindicato (e mesmo da Executiva) soubessem o que es-<br />

tava sendo feito com o dinheiro. De fato, os dirigentes<br />

mineiros viram-se obrigados a agir assim, já que durante<br />

quatro anos o sindicato esteve sob intervenção.<br />

<strong>Trabalhadores</strong> em toda a Grã-Bretanha doaram mi-<br />

lhões <strong>de</strong> libras esterlinas durante a greve para sustentar<br />

os mineiros e suas famílias.<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente esse dinheiro nâo pô<strong>de</strong> passar pelas<br />

contas bancárias do Sindicato; pois se tivesse passado<br />

teria sido confiscado.<br />

Do mesmo modo, o dinheiro enviado por trabalhado-<br />

res <strong>de</strong> outros países - França, Alemanha, Holanda, paí-<br />

ses escandinavos. Estados Unidos, Brasil, Japão, etc. -<br />

freqüentemente teve que passar por contas "secretas".<br />

Dessa forma os dirigentes do Sindicato estavam prote-<br />

gendo os interesses e o bem-estar <strong>de</strong> seus membros.<br />

Scargill e Heathfield são o alvo <strong>de</strong> um ataque sem

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