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MICHELE PEREIRA DE SOUZA DA FONSECA INCLUSÃO

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Essa suposição foi confirmada ao realizarmos um levantamento das ementas de<br />

quatorze Faculdades de Educação Física em Universidades Federais do Brasil 5 , incluindo a<br />

Universidade em questão na pesquisa. Investigamos se há alguma disciplina relacionada à<br />

Inclusão e/ou diversidade e em todas elas encontramos disciplinas, que mesmo com nomes<br />

diferentes, tratam somente de deficiências 6 .<br />

Bueno (1999) afirma que oferecer uma disciplina com conteúdos sobre pessoas<br />

pertencentes a um grupo específico, sem maior reflexão e aprofundamento sobre as<br />

potencialidades e individualidades humanas, pode acabar auxiliando a manutenção de práticas<br />

excludentes, corroborando processos segregadores e de marginalização; práticas essas,<br />

exatamente contrárias aos princípios da Educação Inclusiva. O autor citado ainda defende sua<br />

argumentação afirmando que não é possível erradicar exclusões através de medidas isoladas, e<br />

sim, através de políticas educacionais que contemplem as diferenças, que podem transformar<br />

a escola em um espaço para a diversidade, dando um caráter democrático, participativo e<br />

emancipatório à Educação.<br />

Obviamente não se trata aqui de diminuir a relevância das disciplinas que tratam<br />

especificamente de deficiências 7 no currículo das Faculdades de Educação Física; afinal, é de<br />

suma importância ter conhecimento das características, particularidades e tipos de<br />

determinadas deficiências, para que não ocorram problemas durante a execução das atividades<br />

propostas nas aulas de Educação Física. No entanto, não podemos, em absoluto, ignorar a<br />

heterogeneidade que nos cerca.<br />

Buscamos, então, ajustar o olhar visando uma formação inclusiva no sentido de<br />

abranger a todas as pessoas, pois a diversidade engloba olhar ampliado com relação às<br />

pessoas, às interações, às práticas e às políticas, e não em uma visão enraizada nas<br />

deficiências, que fortemente se apresenta nos cursos de formação de professores em Educação<br />

Física.<br />

5 UFPR - Universidade Federal do Paraná, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, UFSM -<br />

Universidade Federal de Santa Maria, UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFJF -<br />

Universidade Federal de Juiz de Fora, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, UFPE - Universidade<br />

Federal de Pernambuco, UFSCAR – Universidade Federal de São Carlos, UFAL - Universidade Federal de<br />

Alagoas, UFV - Universidade Federal de Viçosa, UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFPB -<br />

Universidade Federal da Paraíba, UFPI – Universidade Federal do Piauí e UFG - Universidade Federal de Goiás<br />

6 Seguem como exemplo, duas ementas: UFMG - Educação Física para Pessoas Portadoras de Deficiência -<br />

Questões educacionais, sociais e psicológicas. Deficiências físicas, visuais, auditivas, mentais e múltiplas:<br />

etiologia, caracterização e implicações na metodologia da educação física para pessoas portadoras de deficiência.<br />

UFSC - Educação Física Especial (Adaptada) - Caracterização das crianças portadoras de deficiência.<br />

Introdução à Educação Especial. Integração do portador de deficiência em escola regulares. Metodologia da<br />

Educação Física em escolas especiais.<br />

7 Demos atenção especial em comentar sobre essas disciplinas, porque normalmente são as únicas da grade<br />

curricular que tendem a abordar a questão da Inclusão, e mesmo assim a abordam de forma particularista.<br />

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