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MICHELE PEREIRA DE SOUZA DA FONSECA INCLUSÃO

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A participação significa aprender junto com outros e colaborar com eles em<br />

experiências compartilhadas de aprendizagem. Isto requer um engajamento ativo<br />

com a aprendizagem e ter algo a dizer sobre como a educação é experienciada. Mais<br />

profundamente, trata-se de ser reconhecido, aceito e valorizado pelo que se é.<br />

(BOOTH & AINSCOW, 2002, p.7)<br />

Esse processo inclusivo, ao qual nos referimos, não é personificado na ‗única solução<br />

para salvar o mundo‘, não tem uma visão romântica ou para controlar, e de modo algum se<br />

estabelece como a verdade absoluta, de forma universal. Quando usamos a metáfora luta, é<br />

para caracterizar um processo contínuo, o reconhecimento de tensões e graus diferenciados de<br />

poderes, um processo, portanto, que não tem um fim em si mesmo e por isso é uma batalha<br />

constante na tentativa de transformação de realidades e de convite à reflexão por parte de<br />

atores sociais, quer se vejam como tal, quer sejam alienados.<br />

Ser otimista é acreditar na potencialidade do sujeito de lutar contra esta condição<br />

social e humana, sem desconsiderar a determinação social. A utopia e a crença no<br />

sujeito da ação e na possibilidade de uma ordem social sem exclusão, não remete a<br />

uma visão de happy end ou ao paradigma da redenção, comum nas ciências humanas<br />

tanto positivista quanto criticas, dos anos 60 a 80 (SAWAIA, 2008, p.12)<br />

Essa perspectiva, no estado atual da arte, é a que nós consideramos, com base em<br />

nossas referências e estudos (SAWAIA, 2008; SANTOS & PAULINO, 2008; SANTOS et al,<br />

2007; SANTOS, 2003a; BOOTH & AINSCOW, 2002;), que atende melhor às demandas e<br />

necessidades no contexto educacional. É importante ressaltar, ainda, que esse é um arcabouço<br />

conceitual; utilizamos a expressão arcabouço, justamente porque consideramos como um<br />

conceito em construção.<br />

Procuramos entender os processos de inclusão/exclusão numa relação dialética um<br />

com o outro, tendo como ponto de partida a compreensão de que existem as dimensões de<br />

culturas, políticas e práticas de exclusão - para explicar esses fenômenos excludentes, e de<br />

inclusão - com possibilidade de propor intervenções inclusivas para minimizar ou combater<br />

as exclusões. Sob esse olhar, seria desaconselhável considerar contextos como<br />

definitivamente ―inclusivos‖ ou ―excludentes‖, pois tal representaria desconsiderar a<br />

historicidade dialética presente na relação inclusão/exclusão, que é, por isso mesmo, um<br />

processo, e não um fenômeno separável e passível de análise particularizada e<br />

descontextualizada. Sobre este assunto, Santos (1999/2000) nos confirma que:<br />

Gera-se o mito de que uma vez atingidos certos objetivos e traçadas certas<br />

estratégias organizacionais e administrativas, a inclusão fica feita, fica completa.<br />

Perde-se, assim, o caráter dinâmico e dialético do processo que vai muito além, em<br />

suas raízes e evolução histórica, daquilo que pode ser visivelmente observado e feito<br />

de imediato. (p.48)<br />

Em outras palavras: nenhuma escola é inclusiva. Mas as escolas podem (e devem)<br />

estar incluindo. O emprego do tempo no gerúndio pretende exatamente mostrar a<br />

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