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MICHELE PEREIRA DE SOUZA DA FONSECA INCLUSÃO

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professores em especial. Ainda segundo a autora, a crítica a essa concepção provocou a busca<br />

de novos instrumentos teóricos que respondessem a esses questionamentos.<br />

Para isso, traremos as discussões embasadas em Schön (1997), que também se opõe à<br />

vertente da racionalidade técnica, e propõe o modelo calcado na teoria crítica, que resgata<br />

para o espaço pedagógico a reflexão na ação e sobre a ação. Esse autor tem sido amplamente<br />

citado nas pesquisas em Educação Física (SILVA & KRUG, 2008; RODRIGUES, 1998;<br />

BETTI & BETTI, 1996) que propõem a formação do professor reflexivo.<br />

O campo da Educação Física já sinalizava mudanças década de 80, e isso suscitou uma<br />

série de indagações sobre os modelos curriculares adotados na formação dos professores.<br />

Essa discussão sobre currículo estará presente nesse capítulo 3 e será fundamental para<br />

entendermos a formação docente e como essas relações se estabelecem.<br />

Neste estudo, entendemos currículo conforme Silva (2002) nos aponta. O autor coloca<br />

que currículo é visto como uma construção social; pode ser entendido como uma<br />

representação de cultura, ideologia e poder, consequentemente, não é neutro, ele está<br />

carregado de intenções, pois é o produto de conflitos e concessões culturais, políticas e<br />

econômicas. Nesse conflito de interesses, estão envolvidas muitas pessoas que não são iguais;<br />

tal diversidade torna esse assunto ainda mais complexo, pois esse currículo busca considerar<br />

também essa heterogeneidade.<br />

As questões curriculares estão imbuídas de aspectos culturais. Macedo & Barreiros<br />

(2006) e Moreira (2002) concordam que a cultura está no centro da cena contemporânea,<br />

assim, assume cada vez mais destaque na estrutura e na organização da sociedade. Essa<br />

centralidade traz à tona uma diversidade de culturas que convive paradoxalmente com uma<br />

tentativa de homogeneizá-las.<br />

Por conta disso, trataremos das questões culturais 18 que permeiam as relações<br />

humanas, os currículos e as instituições, pois o homem produz cultura desde suas origens.<br />

Todos nascem num contexto de cultura, ninguém sobreviveria isolado, sem a participação de<br />

um grupo que o constitui. Bhabha (2003) apud Macedo (2006a, p. 106) afirma que ―a noção<br />

de cultura deve ser tomada numa perspectiva interativa como algo constantemente<br />

recomposto a partir de uma ampla variedade de fontes num processo híbrido e fluido‖.<br />

Assim, consideramos que a cultura é um espaço onde se produzem diferenças; portanto,<br />

segundo Silva (2000) apud Macedo e Barreiros (2006, p. 5) ―torna-se necessário compreender<br />

a produção dessas diferenças, os mecanismos e as instituições envolvidas nessa produção.<br />

18 Esta pesquisa não tem o intuito de ser um estudo cultural, é uma pesquisa exploratória, busca mapear as<br />

culturas, as políticas e as práticas inclusivas existentes na formação de professores de Educação Física da UFRJ.<br />

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