Revista do COSEMS/AL | ano III | jan.2013 | venda proibida

ATITUDE . revista do COSEMS/AL . nº3
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O BaRRO E a jaquEiRa
Mãos habilidosas tentam reconstituir personagens de uma história de
luta pela sobrevivência. Moldando o barro, dona Irinéia e Seu Antônio
relembram o dia em que a família salvou-se graças a uma imponente árvore
que combateu de pé e sem se curvar a enchente do Rio Paraíba, que
causou destruição e morte em 19 cidades alagoanas.
No dia da maior cheia em três décadas, a comunidade estava toda no
Muquém. À medida que a água subia, paredes e objetos se desprendiam
com rapidez, causando desespero e medo generalizado. A jaqueira era a
única estrutura que a água não conseguia derrubar.
Plantada há muitos anos, suas raízes cravaram o chão com a profundidade
e força necessária para salvar a si e livrar mais 54 almas. Como
agradecimento à sobrevivência de homens, mulheres, idosos, crianças e
animais, a jaqueira foi consagrada como um símbolo de gratidão, respeito
e resistência dos quilombolas.