Revista do COSEMS/AL | ano III | jan.2013 | venda proibida
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por Guilherme Benjamin<br />
Brandão Pitta<br />
Diretor de Atendimento ao<br />
Associa<strong>do</strong> AMB | Professor<br />
Adjunto e Doutor de Cirurgia<br />
da Uncisal<br />
Um alerta ao pé diabético<br />
A prevalência <strong>do</strong> Diabetes na população<br />
geral brasileira está chegan<strong>do</strong> a<br />
10% <strong>do</strong>s indivíduos que terão, pelo<br />
menos, 50% de chances de terem problemas<br />
com os seus pés. Chamamos estes<br />
pacientes de porta<strong>do</strong>res de pés diabéticos,<br />
que se caracterizam por alterações<br />
da sensibilidade (<strong>do</strong>rmências, queimor,<br />
pontadas e furadas nas pernas), ao que<br />
denominamos de neuropatia diabética<br />
em botas e acomete a maioria <strong>do</strong>s pacientes<br />
que podem, ou não, estar associa<strong>do</strong>s<br />
com problemas de circulação e<br />
com a diminuição da chegada de fluxo<br />
sanguíneo nos membros inferiores (esfriamento,<br />
<strong>do</strong>r ao andar e palidez) poden<strong>do</strong><br />
acarretar ferimentos superficiais<br />
ou profun<strong>do</strong>s, que levam o risco de<br />
amputação maior ou menor nestes indivíduos.<br />
No nosso esta<strong>do</strong>, apenas 9% da população<br />
possui pl<strong>ano</strong>, seguro ou convênio<br />
de saúde, sobrecarregan<strong>do</strong> o Sistema<br />
Único de Saúde, que não tem consegui<strong>do</strong><br />
atender os pacientes com problemas<br />
nos pés. Não temos programa específico<br />
para atendimento integral ao paciente<br />
porta<strong>do</strong>r de pé diabético e a atenção<br />
primária não está treinada o suficiente<br />
para atendê-lo, seja de maneira preventiva,<br />
de orientação, de tratamento<br />
primário ou reabilitação.<br />
ATITUDE . revista <strong>do</strong> <strong>COSEMS</strong>/<strong>AL</strong> . nº3<br />
Na atenção secundária especializada<br />
temos poucos locais com especialistas<br />
que possam atender as <strong>do</strong>enças vasculares<br />
e, na terciária, temos apenas um<br />
hospital atenden<strong>do</strong> alta complexidade<br />
em cirurgia vascular e en<strong>do</strong>vascular<br />
com atendimento limita<strong>do</strong>, sem ambulatório<br />
e emergência para o SUS.<br />
Em 2010, segun<strong>do</strong> levantamento<br />
<strong>do</strong> DATASUS, tivemos mais de 42<br />
mil cirurgias de amputações menores<br />
e maiores, situação considerada como<br />
sen<strong>do</strong> verdadeiro genocídio para a nossa<br />
população brasileira. Alagoas chegou<br />
perto de mil cirurgias mutila<strong>do</strong>ras sen<strong>do</strong><br />
campeã no Brasil. Precisamos nos sensibilizar<br />
em prol dessa causa, realizan<strong>do</strong><br />
um mutirão de atitudes, minoran<strong>do</strong> o<br />
sofrimento de nossos semelhantes num<br />
atendimento integral e digno, na atenção<br />
primária <strong>do</strong> paciente com pé diabético,<br />
que apresenta o risco de ferimento<br />
e posterior amputação no nosso HGE<br />
ou no Hospital de Coruripe.<br />
To<strong>do</strong>s precisam cooperar: a Associação<br />
Médica Brasileira (AMB),<br />
os Conselhos Regionais de Medicina<br />
(CRM) e as Sociedades de Especialidades,<br />
propon<strong>do</strong> programas que possam<br />
ser discuti<strong>do</strong>s e implanta<strong>do</strong>s pelo<br />
Ministério da Saúde e incorpora<strong>do</strong>s pelas<br />
Secretarias de Saúde, com execução<br />
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