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LITERATURA BRASILEIRA II - Universidade Castelo Branco

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52<br />

4) Estilo contemporâneo aos movimentos abolicionista e republicano, o Parnasianismo consolidou-se como<br />

estética ofi cial, dado à infl uência dos autores na esfera pública, criando um lastro de tradição só rompido pelo<br />

Modernismo de 22. Em contrapartida, o Simbolismo encontrou curta trajetória entre nós, devido aos aspectos<br />

subjetivos e espiritualistas inadequados à mentalidade positivista que movia a nação.<br />

Unidade IV<br />

1) Embora autores como Lima Barreto e Euclides da Cunha, na prosa, e Augusto dos Anjos e o primeiro Manuel<br />

Bandeira constituíssem um avanço em relação à literatura dos oitocentos, ainda não se constituía, nos dois<br />

primeiros decênios do século XX, um projeto literário nacional que rompesse com a estética parnasiana.<br />

2) Policarpo Quaresma marca-se como um protagonista quixotesco, visionário e ao mesmo tempo ingênuo,<br />

ao engajar-se no projeto utópico de provar a riqueza do Brasil, visto por ele como uma grande nação e um<br />

território natural opulento. No entanto, o romance de Lima Barreto opera sobre as desilusões que acometem<br />

o Major diante da estreiteza de visão que encontra nos ambientes sociais, saturados de fi guras caricatas que<br />

são denunciadas não sem certa melancolia. Diante da possibilidade de grande nação prevista por Quaresma, a<br />

sociedade brasileira revela-se, no romance, em seu aspecto medíocre.<br />

3) Das experimentações lingüísticas, dotadas de uma verve revolucionária e iconoclasta, características dos<br />

poetas de 22, a poesia brasileira avançou por um caminho existencialista, subjetivo e espiritual na década de<br />

30, resgatando uma certa ênfase no eu-lírico (sem perder as conquistas formais da geração anterior), chegando<br />

a um apuro formal, conseqüência tanto da lírica modernista quanto do domínio do verso tradicional, num exercício<br />

poético que encontrará seu ápice em movimentos como o Concretismo e a Tropicália.<br />

4) Diferentemente do naturalismo do século anterior, o romance regionalista dos anos 30 ocupa-se com a<br />

temática sociopolítica como base para a narrativa fi ccional, que trata dos motivos políticos e econômicos presentes<br />

nos eventos humanos.<br />

5) Guimarães Rosa cria um universo fi ccional fundamentalmente próprio, construído a partir de uma visão<br />

mítica de sertão, procedimento que amplia os horizontes do regionalismo e permite ao escritor a criação de<br />

uma língua literária original.<br />

Já Clarice Lispector opera sobre as dimensões subjetivas da linguagem, recriando o intimismo psicológico em<br />

suas narrativas, que alcançam profunda ressonância fi losófi ca.

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