Envelhecimento e velhice Tese de Doutoramento 2007
Envelhecimento e velhice Tese de Doutoramento 2007
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protagonizadas e legitimadas por grupos <strong>de</strong> interesses que se assumem<br />
como representantes das pessoas que comungam um mesmo problema.<br />
Nessa qualida<strong>de</strong>, actuam <strong>de</strong> forma a pressionar os actores políticos e<br />
sociais a intervirem na resolução dos problemas enunciados. No caso<br />
concreto da categoria <strong>velhice</strong>, essa representativida<strong>de</strong> por actores sociais,<br />
sejam políticos, organizações sindicais ou associações voluntárias<br />
organizadas, cuja competência é oficialmente reconhecida, torna-se mais<br />
pertinente dado que as pessoas na categoria <strong>de</strong> “velhas” não dispõem,<br />
tradicionalmente, <strong>de</strong> meios sociais nem <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> acesso à<br />
opinião pública. Essa tarefa tem vindo a tomar maior expressão através<br />
dos especialistas em gerontologia que se evi<strong>de</strong>nciaram ao longo do século<br />
XX. Reinventaram as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> <strong>velhice</strong> e <strong>de</strong> envelhecimento<br />
reformulando a sua imagem com novas expressões significantes e<br />
significativas do problema social (Debert, 2000).<br />
As ‘pessoas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>’ são excluídas da vida social, política e económica<br />
com base nos interesses económicos <strong>de</strong> produção que provocam o conflito<br />
entre os jovens e as ‘pessoas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>’, na conquista <strong>de</strong> postos <strong>de</strong><br />
trabalho ocupados pelas últimas. As pessoas ‘mais novas’ associam ao<br />
aspecto físico das ‘pessoas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>’ a lentidão nas respostas<br />
psicomotoras e as disfunções sensoriais e psicológicas ou as perdas <strong>de</strong><br />
vivacida<strong>de</strong> intelectual. A interiorização <strong>de</strong>sses preconceitos no mo<strong>de</strong>lo<br />
económico capitalista induz, por um lado, a uma individualida<strong>de</strong> egoísta<br />
que acarreta uma das dimensões do conflito <strong>de</strong> gerações e, por outro lado,<br />
remete para o processo da passagem para a situação <strong>de</strong> reformado <strong>de</strong><br />
forma brusca e igualitária, sem que haja etapas intermédias aconselháveis<br />
para uma retirada gradual da activida<strong>de</strong> profissional <strong>de</strong>sempenhada por<br />
Ester Vaz 16