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Envelhecimento e velhice Tese de Doutoramento 2007

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A construção social da <strong>velhice</strong><br />

acentuando, por parte <strong>de</strong>ssa nova socieda<strong>de</strong>, uma consi<strong>de</strong>ração pelas<br />

pessoas mais velhas activas (Bour<strong>de</strong>lais, 1993).<br />

No século XIX, a emergência <strong>de</strong> uma classe operária, sob os auspícios da<br />

industrialização e da urbanida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sregulada, faz emergir uma<br />

configuração <strong>de</strong> <strong>velhice</strong> abandonada, numa socieda<strong>de</strong> que privilegia o<br />

trabalho na fábrica. Por outro lado, a economia começa a sentir o ónus<br />

duma população envelhecida sem trabalho, sem rendimentos próprios e<br />

sem protecção familiar. As associações filantrópicas e o Estado iniciam um<br />

processo <strong>de</strong> institucionalização para as pessoas mais velhas como<br />

resposta à situação <strong>de</strong> indigência neste novo contexto.<br />

A industrialização inverteu a posição <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dos grupos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> ao<br />

incorporar cada vez mais indivíduos jovens no trabalho mecânico,<br />

dispensando os indivíduos ‘<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>’ com o pretexto <strong>de</strong> inutilida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>stituindo-os do po<strong>de</strong>r que anteriormente gozavam. Na socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manufactura, as ‘pessoas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>’ asseguravam o controlo dos seus<br />

lugares e a sua posição hierárquica pela transmissão das técnicas <strong>de</strong><br />

fabricação na aprendizagem dos indivíduos jovens. A industrialização<br />

trouxe o princípio da divisão do trabalho e com ele uma estruturação dos<br />

grupos sociais em que os indivíduos mais velhos vêm cada vez mais<br />

reduzido o seu espaço <strong>de</strong> influência.<br />

A institucionalização do curso <strong>de</strong> vida na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> tem por base a<br />

ida<strong>de</strong> cronológica. Como diz Sara Arber e Jay Ginn (1991) é preciso<br />

proce<strong>de</strong>r a uma análise sociológica sobre a razão por que a partir <strong>de</strong> uma<br />

Ester Vaz 46

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