Jornalismo Ontem e hoje - Portal da Prefeitura da Cidade do Rio de ...
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Série Estu<strong>do</strong>s 29<br />
territorial ao meio, e isolan<strong>do</strong>-nos <strong>do</strong> resto <strong>do</strong><br />
continente, a imprensa parece erguer uma barreira<br />
política semelhante na visão <strong>de</strong> um la<strong>do</strong><br />
sobre o outro. Já em relação à imprensa internacional,<br />
as diferenças me parecem bem mais acentua<strong>da</strong>s<br />
quan<strong>do</strong> se compara o conteú<strong>do</strong> e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> análise <strong>do</strong>s problemas mundiais.<br />
Pela instantanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, pelo impacto <strong>da</strong> imagem ao vivo, e a<br />
emoção que transmite, a televisão leva vantagem sobre o jornalismo<br />
escrito. Nas entrevistas ao vivo, também, embora em muitos casos mal<br />
conduzi<strong>da</strong>s por apresenta<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sprepara<strong>do</strong>s. Mas é um ganho relativo.<br />
Quanto à notícia, a televisão a transformou num show, algumas<br />
com ares <strong>de</strong> produção hollywoodiana. No entanto, pela instantanei<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e pelo timing que precisa ter, é obriga<strong>da</strong> a suprimir <strong>de</strong>talhes fun<strong>da</strong>mentais<br />
para o entendimento <strong>do</strong> fato, que só o impresso é capaz <strong>de</strong> reproduzir.<br />
Na televisão, a análise entra pelo ouvi<strong>do</strong>, na leitura o receptor<br />
obriga-se a um mergulho no fato.<br />
Com o advento <strong>da</strong> internet, <strong>do</strong>s e-mails e <strong>do</strong>s blogs, houve uma mu<strong>da</strong>nça<br />
no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> apuração e estruturação <strong>da</strong> notícia. O telefone, o<br />
grava<strong>do</strong>r, e principalmente o e-mail substituíram a função <strong>da</strong> rua, que<br />
era o lugar obrigatório <strong>do</strong> repórter, o palco on<strong>de</strong> aconteciam as coisas e<br />
a notícia era elabora<strong>da</strong> diretamente <strong>da</strong> fonte.<br />
Não acredito, sinceramente, que se possa falar <strong>da</strong> superiori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
um meio sobre o outro. Não se fazia o mesmo questionamento <strong>do</strong><br />
rádio quan<strong>do</strong> surgiu a televisão? Apesar <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> TV como<br />
meio impactante <strong>de</strong> informação global, nunca o rádio viveu perío<strong>do</strong><br />
mais virtuoso que na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. E, por muito tempo ain<strong>da</strong>, a<strong>da</strong>ptan<strong>do</strong>-se<br />
aos avanços <strong>da</strong> tecnologia <strong>da</strong> comunicação, o jornal impresso<br />
sempre encontrará o seu lugar. E assim será por muito tempo, creio.<br />
No entanto, se é que se po<strong>de</strong> falar em impacto <strong>da</strong> televisão no jornalismo<br />
escrito, não é difícil <strong>de</strong>tectar uma certa simbiose entre eles.<br />
Para concorrer com a televisão e a própria internet, por exemplo, o<br />
miolo.p65 29<br />
18/5/2006, 14:28