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Jornalismo Ontem e hoje - Portal da Prefeitura da Cidade do Rio de ...

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Série Estu<strong>do</strong>s 43<br />

Léa Maria Aarão Reis<br />

A mídia é a âncora, a porta-voz, a expressão estrita <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma civilização. Quan<strong>do</strong>, <strong>da</strong>qui a cem anos, quiserem<br />

saber quem fomos nós, vão consultar os espelhos. Os jornais e<br />

as revistas, nas bibliotecas, dirão quem fomos nós. As fitas grava<strong>da</strong>s<br />

com os programas <strong>da</strong>s rádios e telejornais <strong>de</strong> <strong>hoje</strong> transmitirão<br />

a algaravia, então vã, <strong>da</strong>s nossas vozes, e mostrarão as nossas imagens<br />

<strong>da</strong>ta<strong>da</strong>s.<br />

Mas mesmo agora temos condições <strong>de</strong> verificar, com a segurança<br />

<strong>da</strong> perspectiva, que imprensa era a nossa, meio século atrás, final<br />

<strong>do</strong>s anos 50. Reflexo <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>do</strong>lescente, com sonhos<br />

juvenis e viven<strong>do</strong> em um mun<strong>do</strong> permea<strong>do</strong> por expectativas<br />

luminosas. Estávamos na ante-sala <strong>da</strong>s imensas transformações que<br />

viriam, na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s 60. O mun<strong>do</strong> <strong>da</strong>va sinais <strong>de</strong> que<br />

começaria, <strong>da</strong>li a pouco, a se libertar <strong>de</strong> padrões repressivos e hipócritas,<br />

para, a<strong>do</strong>rna<strong>do</strong> <strong>de</strong> flores nos cabelos, navegar na crista <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> contracultura – a qual, <strong>de</strong>pois, seria absorvi<strong>da</strong> pelo sistema.<br />

A mídia, então, foi o espelho <strong>da</strong>quela festa. Não se usava ain<strong>da</strong><br />

a palavra mídia; só algum tempo <strong>de</strong>pois Marshall MacLuhan a a<strong>do</strong>taria.<br />

Dizia-se jornalismo. Um jornalismo um pouco ingênuo, mas<br />

não inocente, na medi<strong>da</strong> em que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> era um pouco mais<br />

ingênua. Um jornalismo mais ético na medi<strong>da</strong> em que o mun<strong>do</strong> era<br />

menos duro e mais ético.<br />

No fim <strong>do</strong>s anos 50, as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> massa ain<strong>da</strong> não haviam<br />

se organiza<strong>do</strong> e, para o profeta MacLuhan, a TV era “visão, som e<br />

fúria”. Não tinham surgi<strong>do</strong> as mídias <strong>de</strong> massa, e jornais e revistas<br />

eram os veículos <strong>de</strong>terminantes. Na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro eram<br />

miolo.p65 43<br />

18/5/2006, 14:29

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