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Jornalismo Ontem e hoje - Portal da Prefeitura da Cidade do Rio de ...

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Série Estu<strong>do</strong>s 49<br />

Não é que o ensino <strong>do</strong> jornalismo no Brasil fosse péssimo, mas,<br />

certamente, era insuficiente para aten<strong>de</strong>r às gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s intelectuais<br />

<strong>da</strong>quela época, se levarmos em conta os padrões americanos,<br />

por exemplo, então o gran<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60, a<br />

profissão ain<strong>da</strong> não estava regulamenta<strong>da</strong> por aqui e o curso <strong>de</strong><br />

jornalismo não tinha<br />

vi<strong>da</strong> própria, era um<br />

apêndice <strong>do</strong> curso <strong>de</strong><br />

Filosofia. Os professores<br />

eram recruta<strong>do</strong>s no<br />

meio acadêmico, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong><br />

qualquer experiência<br />

em re<strong>da</strong>ção. A gran<strong>de</strong><br />

maioria nem tinha.<br />

Era um território <strong>do</strong>mina<strong>do</strong><br />

pelos teóricos,<br />

pelas gran<strong>de</strong>s feras <strong>da</strong><br />

literatura, por poetas<br />

nacionalmente conheci<strong>do</strong>s<br />

e reconheci<strong>do</strong>s.<br />

‘Não vamos fazer inúteis<br />

juízos <strong>de</strong> valor, se éramos<br />

melhores ou piores.<br />

Éramos diferentes,<br />

porque exercíamos a<br />

profissão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

contexto diferente <strong>do</strong> atual.<br />

Melhor em alguns aspectos,<br />

pior em outros’<br />

Compreen<strong>de</strong>-se: antes (como <strong>hoje</strong>), que jornalista teria tempo<br />

para passar parte <strong>de</strong> seu dia em sala <strong>de</strong> aula, se na outra ponta<br />

estava uma profissão on<strong>de</strong> havia hora para chegar, mas jamais para<br />

sair? E quem queria sair? On<strong>de</strong> o velho jargão “repórter 24 horas”<br />

era segui<strong>do</strong> ao pé <strong>da</strong> letra. Ninguém se aposentava, porque havia<br />

uma compulsão quase patológica para <strong>de</strong>sbravar esse ain<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> campo profissional. O sonho <strong>de</strong> to<strong>do</strong> jornalista com<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> para se aposentar era cair duro a caminho <strong>da</strong> reportagem.<br />

Era comum você ter ao seu la<strong>do</strong> colegas com i<strong>da</strong><strong>de</strong> para ser seu<br />

avô. Mas ali estavam, batalhan<strong>do</strong> como você, corren<strong>do</strong> atrás,<br />

driblan<strong>do</strong> como podiam a velhice, o preconceito, num eterno<br />

miolo.p65 49<br />

18/5/2006, 14:30

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