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Jornalismo Ontem e hoje - Portal da Prefeitura da Cidade do Rio de ...

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Série Estu<strong>do</strong>s 79<br />

A partir <strong>da</strong>í, o jornalismo já não era monopólio <strong>do</strong>s veículos<br />

impressos. Per<strong>de</strong>u a força <strong>de</strong> fonte forma<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> opinião. A reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

passou a lhe cobrar mais quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e mais coerência <strong>de</strong> idéias. O<br />

rádio, embora com menor peso, estava institucionaliza<strong>do</strong> pela condição<br />

<strong>de</strong> meio rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong> informação, mas sem a tônica crítica por<br />

ser concessão <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público. A televisão entrou em cena e se<br />

beneficiou <strong>do</strong> privilégio <strong>de</strong> reduzir o tempo <strong>da</strong> transmissão <strong>da</strong> imagem<br />

entre o fato real e a apresentação ao público.<br />

Nos anos 50 começou também o reaparelhamento gráfico <strong>do</strong>s<br />

jornais e revistas, impressos com tecnologia e equipamento <strong>da</strong>ta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> século XIX. A indústria <strong>de</strong> equipamentos (gran<strong>de</strong>s impressoras<br />

e linotipos) revolucionou-se. A fotografia se apurou<br />

conceitualmente. A melhoria <strong>da</strong> impressão reforçou a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

visual <strong>da</strong>s publicações e possibilitou a limpeza gráfica. Até a publici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

fez parte <strong>de</strong>sse pacote <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong>minou novos campos,<br />

como a televisão, para expandir-se. Era o advento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> consumo. As revistas <strong>de</strong> texto minucioso e o realismo fotográfico<br />

<strong>do</strong>cumentaram o Brasil que saía <strong>do</strong> provincianismo para<br />

um salto técnico que teve em Brasília marco universal. Ao mesmo<br />

tempo, a <strong>de</strong>mocracia injetou franqueza e autoconfiança, mesmo ao<br />

custo <strong>de</strong> disseminar contradições políticas na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, e a imprensa<br />

<strong>de</strong>u testemunho <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> que se passou em quatro déca<strong>da</strong>s, <strong>da</strong> <strong>de</strong>rruba<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo, em 1945, à Nova República, em 1985.<br />

As limitações <strong>de</strong> natureza provinciana <strong>do</strong> jornalismo brasileiro<br />

incomo<strong>da</strong>vam o exercício <strong>de</strong> uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> longe <strong>de</strong> constituir<br />

profissão completa. Sobreviviam as “listas negras”, abominável<br />

hábito <strong>de</strong> relacionar nomes proibi<strong>do</strong>s (a critério <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> empresa)<br />

<strong>de</strong> saírem nos jornais. Reverenciavam-se anunciantes com privilégios<br />

noticiosos, tanto sob a forma <strong>de</strong> omissão quanto <strong>de</strong> cortesia.<br />

A manipulação <strong>do</strong>s textos era exercício <strong>de</strong> obscura cautela em<br />

relação aos interesses comerciais <strong>da</strong> empresa. Quan<strong>do</strong> caía avião<br />

<strong>de</strong> passageiros, a notícia escondia mais <strong>do</strong> que informava. A moe<strong>da</strong><br />

miolo.p65 79<br />

18/5/2006, 14:31

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