Jornalismo Ontem e hoje - Portal da Prefeitura da Cidade do Rio de ...
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58 Ca<strong>de</strong>rnos <strong>da</strong> Comunicação<br />
nalistas ain<strong>da</strong> vive esta fase <strong>de</strong> transição: o jornal fecha ce<strong>do</strong>, mas<br />
eles não conseguem chegar ce<strong>do</strong> em casa; por força <strong>do</strong> hábito, com<br />
freqüência, ficam mais tempo na re<strong>da</strong>ção.<br />
Re<strong>da</strong>ções<br />
As re<strong>da</strong>ções, com ambientes abertos, sem pare<strong>de</strong>s, parecem<br />
escritórios mo<strong>de</strong>rnos. São silenciosas. Os velhos jornalistas sentem<br />
falta <strong>do</strong> barulho <strong>da</strong>s velhas máquinas <strong>de</strong> escrever – nos jornais,<br />
as máquinas eram sempre velhas – e <strong>do</strong> grito <strong>do</strong> re<strong>da</strong>tor<br />
gritan<strong>do</strong> “<strong>de</strong>sce!” para chamar o contínuo que levava a matéria<br />
para a oficina. Não se ouve também o ruí<strong>do</strong> <strong>da</strong> sala <strong>do</strong> telex e<br />
<strong>do</strong>s tecla<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s teletipos, que pareciam aciona<strong>do</strong>s por mãos<br />
invisíveis. A impressão é <strong>de</strong> que até os próprios jornalistas ficaram<br />
mais silenciosos, mais bem comporta<strong>do</strong>s.<br />
As publicações <strong>de</strong> <strong>hoje</strong> têm re<strong>da</strong>ções muito mais numerosas. Há<br />
mais repórteres e mais editores, mas já não existe a figura <strong>do</strong><br />
“prepara<strong>do</strong>r” <strong>de</strong> texto ou copy, que <strong>de</strong>sapareceu junto com a <strong>do</strong> revisor.<br />
As re<strong>da</strong>ções são mais homogêneas, talvez <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à origem <strong>da</strong><br />
maioria <strong>de</strong>las, as escolas <strong>de</strong> comunicação. Antes, os jornais atraíam<br />
pessoas <strong>de</strong> uma incrível varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> origens e formação. Havia<br />
advoga<strong>do</strong>s, médicos, físicos, professores, escritores ou gente sem<br />
formação acadêmica. Vários <strong>do</strong>s melhores jornalistas que já houve<br />
neste país não chegaram a pisar numa facul<strong>da</strong><strong>de</strong> e alguns nem concluíram<br />
o curso secundário.<br />
Uma pergunta para a qual não tenho resposta: on<strong>de</strong> estão os<br />
velhos jornalistas, mas não tão velhos assim para ficarem inativos?<br />
Foram varri<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s re<strong>da</strong>ções pelos contínuos “passaralhos”. As<br />
empresas, apesar <strong>de</strong> seus discursos, ca<strong>da</strong> vez valorizam menos a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a experiência, sacrifica<strong>da</strong>s para fazer economia. A pergunta<br />
continua em pé: o que aconteceu com os velhos jornalistas?<br />
Antes uma profissão basicamente masculina, nas últimas<br />
déca<strong>da</strong>s, o jornalismo atraiu as mulheres, que são maioria em<br />
miolo.p65 58<br />
18/5/2006, 14:30