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repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

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Já em se tratando dos estímulos internos, o sistema Pcpt-Cs se encontra exposto, uma<br />

vez que essas excitações se direcio<strong>na</strong>m em grande quantidade ao sistema, sendo responsáveis<br />

pela produção dos sentimentos da série prazer-desprazer.<br />

São as percepções das excitações que vivenciamos a partir dos estímulos externos e<br />

dos sentimentos de prazer-desprazer, causados pelos estímulos internos ao aparelho psíquico,<br />

que vão constituir a consciência. No entanto, essas percepções apesar de apreendidas pelo<br />

sistema Pcpt-Cs não deixam marcas nele, sendo os traços de memória somente inscritos nos<br />

sistemas mais profundos. Importante ressaltar, que esses traços, nos diz Freud, são inscritos<br />

em um outro lugar que não a consciência, mostrando com isso que esses traços de memória,<br />

fundamentais, como vimos, para a operação simbólica do pensamento, operam de modo<br />

independente do campo da consciência:<br />

“... todos os processos excitatórios que ocorrem nos outros sistemas deixam atrás<br />

de si traços permanentes, os quais formam os fundamentos da memória. Tais traços<br />

de memória, então, <strong>na</strong>da têm a ver com o fato de se tor<strong>na</strong>rem conscientes; <strong>na</strong><br />

verdade, com frequência são mais poderosos e permanentes quando o processo que<br />

os deixou atrás de si foi um processo que nunca penetrou <strong>na</strong> consciência 8<br />

”.<br />

Como o aparelho psíquico é regido pelo princípio de prazer, que visa manter um<br />

equilíbrio interno da quantidade de energia, o sistema Pcpt-Cs precisa desenvolver recursos<br />

para lidar com o aumento de estímulos internos e externos.<br />

Vemos, então, que diante do aumento demasiado da sensação de desprazer causado<br />

por estímulos internos o sistema Pcpt-Cs, precisando se defender desse desconforto, em uma<br />

espécie de curto-circuito passa a reconhecer essas excitações como se elas viessem de fora,<br />

desencadeando o uso do escudo protetor contra esses estímulos.<br />

8 - Freud, S. – Mais-Além do Princípio de Prazer [1920]; in: ESB das Obras Completas, Rio de Janeiro, Imago<br />

Ed., v. XIII; (1976), p. 40. – grifo do autor.<br />

xviii

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