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repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

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“A experiência prova que, <strong>na</strong> medida em que a criança não ultrapassa esse ponto<br />

nodal, isto é, não aceita a privação do falo efetuada <strong>na</strong> mãe pelo pai, ela mantém<br />

em pauta – a correlação se fundamenta <strong>na</strong> estrutura – uma certa forma de<br />

identificação com o objeto da mãe,... é isso ocorre, quer se trate de fobia, de<br />

<strong>neurose</strong> ou de perversão”. 37<br />

Seguindo a lógica lacania<strong>na</strong>, a castração completaria o terceiro tempo do<br />

desenvolvimento do complexo de Édipo. A partir de sua releitura do complexo de castração<br />

freudiano, Lacan procura destacar que o que entra em jogo <strong>na</strong> castração não é o pênis em si,<br />

mas o pênis enquanto falo imaginário, no sentido em que representa uma completude<br />

<strong>na</strong>rcísica. Assim, seguindo a linha de articulação proposta por Lacan, a castração consiste<br />

numa falta simbólica ocasio<strong>na</strong>da pela perda de um objeto imaginário, o falo, tendo como<br />

agente o pai real.<br />

Ou seja, se <strong>na</strong> privação o falo é simbólico, <strong>na</strong> castração ele ganha o estatuto de<br />

imaginário. Essa articulação se tor<strong>na</strong> possível por conta da metáfora pater<strong>na</strong>, que ao barrar o<br />

gozo da relação mãe-filho, insere a criança num gozo fálico, significação fálica que permite a<br />

imagi<strong>na</strong>rização do falo.<br />

No entanto, esse falo imaginário vai ter <strong>na</strong> ce<strong>na</strong> edípica uma função simbólica, no<br />

sentido em que sua presença ou ausência vai determi<strong>na</strong>r a diferenciação simbólica entre os<br />

sexos. Assim, o que está em questão não é o falo enquanto real, no sentido em que ele exista<br />

ou não, mas enquanto falo simbólico, e, portanto, possível de ser substituído, trocado.<br />

O terceiro tempo do complexo de Édipo, a Castração, pode ser visto como um tempo<br />

de conclusão para a criança, onde ela pode se dar conta de que não só a mãe é privada, mas<br />

que o pai também está submetido a uma lei, a um Outro, ou seja, o pai também é um sujeito<br />

dividido, faltoso, sendo o falo o significante dessa falta. O falo, ninguém o tem e por isso<br />

37 - “Idem, Ibidem”, p. 191/192.<br />

xxxvi

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