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repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

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elacio<strong>na</strong>da por Lacan a “função propriamente significante que assim se desenha <strong>na</strong><br />

enquanto a metáfora – uma palavra por outra - consiste <strong>na</strong> substituição de um<br />

significante por outro, “assumindo seu lugar <strong>na</strong> cadeia significante, enquanto o significante<br />

oculto permanece presente em sua conexão (metonímica) com o resto da cadeia”. 16<br />

A<br />

metáfora, diz Lacan, vai se colocar “no ponto exato em que o sentido se produz no não-senso”<br />

linguagem”, 15<br />

17<br />

, o que pode ser exemplificado pela produção de um chiste.<br />

Deste modo, é <strong>na</strong> cadeia significante que o sentido vai insistir, não estando a<br />

significação ligada a nenhum dos elementos da cadeia - noção lacania<strong>na</strong> de deslizamento<br />

incessante do significado sob o significante. Essa estrutura da cadeia significante vai permitir<br />

ao sujeito fazer uso da língua para “expressar algo completamente diferente do que ela diz”. 18<br />

Em A Negativa (1925) Freud desvenda, com a fórmula da negativa, “um fenômeno<br />

estruturante de qualquer revelação da verdade no diálogo”. 19<br />

Há uma dificuldade própria ao<br />

discurso do sujeito que é comum a tudo aquilo que ele tem a dizer, uma discordância, causada<br />

por toda censura de origem social, entre o significante e o significado, que faz com que a<br />

verdade do sujeito só possa surgir <strong>na</strong>s entrelinhas do discurso, nesse jogo simbólico<br />

estabelecido pela identidade existente entre a verdade mesma e os símbolos que a<br />

representam.<br />

Do mesmo modo, o sujeito do inconsciente se expressa <strong>na</strong> linguagem dos sintomas,<br />

que, ao se dirigir ao a<strong>na</strong>lista de modo transferencial, estabelece o campo mesmo de sua<br />

decifração. Lacan diz que o efeito da fala do sujeito está justamente <strong>na</strong> aproximação possível<br />

desta com a verdade expressa por seus sintomas, ou seja, <strong>na</strong>quilo que da verdade desse<br />

15 - “Idem, Ibidem”, p. 508.<br />

16 - “Idem, Ibidem”, p. 510.<br />

17 - “Idem, Ibidem”, p. 512.<br />

18 - “Idem, Ibidem”, p. 508.<br />

19 - “Idem”, – Introdução ao comentário de Jean Hyppolite sobre a “Verneinung” de Freud, in Escritos, RJ,<br />

Jorge Zahar Editor, 1998; p. 373.<br />

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